João Firmino Cabral que era membro da Academia Brasileira da
Literatura de Cordel, era cordelista há mais de 50 anos e fez mais de 200
publicações. Suas obras podem ser encontradas em Aracaju e também na França e
Portugal.
João Firmino Cabral nasceu em 1° de janeiro de 1940, na
cidade sergipana de Itabaiana. Filho de Pedro Firmino Cabral (cantador de feira
e embolador) e Cecília da Conceição (roceira).
Agricultor desde menino, começou já na juventude a
demonstrar interesse pelas letras: comprava então folhetos de Literatura de
Cordel, que usava como cartilha, pois com eles aprendeu a ler.
Aos 17 anos, com o auxílio do seu mestre, o poeta Manoel
D'Almeida Filho, descobriu sua vocação poética e escreveu seu primeiro folheto,
uma Profecia do Padre Cícero. Daí por diante, não lhe faltou mais inspiração e
todas as obras de sua autoria são bem aceitas pelo povo.
Em Aracaju, viveu exclusivamente da Literatura de Cordel, e
manteve a única banca fixa de folhetos cordelianos de Sergipe, localizada na
Passarela das Flores do Mercado Antônio Franco, onde freqüentemente recebeu com
carinho poetas sergipanos e de outros Estados, como também estudantes,
professores, pesquisadores e turistas do Brasil e do mundo.
Escreveu diversos folhetos educativos a pedido de escolas e
entidades públicas e privadas. Fez palestras em diversas instituições de
ensino. Em 2002, foi agraciado com a medalha do Mérito Cultural Serigy,
concedida pela Prefeitura Municipal de Aracaju. Em 2003, foi escolhido como
patrono da 1ª Cordelteca do Brasil, que funciona na Biblioteca Pública
Municipal Clodomir Silva, em Aracaju.
Academia Brasileira de Literatura de Cordel é a entidade
literária máxima a reunir, no Brasil, os expoentes deste gênero literário típico
da Região Nordeste do país, com sede no Rio de Janeiro, e fundada a 7 de
setembro de 1988.
Em 2008 tomou posse na ABLC, na cadeira 36, cujo patrono é Adelmar Tavares da Silva Cavalcanti (Recife, 16 de fevereiro de 1888 — Rio de Janeiro, 20 de junho de 1963) foi um advogado, professor, jurista, magistrado e poeta brasileiro. Ocupou a cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 25 de março de 1926.
Uma das obras principais dele é
“ Lampião: Herói ou Bandido?”, que conta a história do líder dos cangaceiros,
que era considerado como um herói e bandido ao mesmo tempo. Firmino conta esse
caso de uma forma muito engraçada. Abaixo uma 'palinha' do cordel.
Lampião: Herói ou Bandido?
Todo mundo já ouviu
Falar sobre Lampião,
O famoso cangaceiro
Corajoso e valentão
Que na região nordeste,
Assombrou todo o sertão.
Escritores e poetas,
Do Brasil ao estrangeiro,
Já escreveram e versaram
Livros desse cangaceiro,
Que conviveu no Sertão
Do nordeste brasileiro.
Sei que foi em Pernambuco,
Nas margens do Pajeú,
Na pequena Vila Bela,
Lugar de peba e tatu,
Onde tem cabra que pega
Cascavel e come cru
Filho de José Ferreira
Um pequeno agricultor
E dona Maria Lopes,
Mulher de honra e pudor,
Um casal muito feliz,
Honesto e trabalhador…
João Firmino Cabral morreu em 1 de fevereiro de 2013, em Aracaju.