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terça-feira, 31 de maio de 2016

A Morte de Antonio Ferreira - A Cabeça

"Sucesso" no linguajar sertanejo significa acidente. Foi o que aconteceu com Antonio Ferreira, vulgo Esperança, irmão de Lampião.

Acompanhamos em visita guiada, pelo Cariri Cangaço Floresta 2016, os historiadores, pesquisadores e amantes da saga sertaneja do cangaço e fomos ao local desse famoso acidente que tirou a vida de Antonio Ferreira, conhecido como um cabra valente e que agia no bando de Lampião como estrategista de retaguarda, garantindo os ataques e retiradas dos cangaceiros nos cenários de refrega.


Conta-se que Antonio Ferreira juntamente com outros cabras, arrancharam-se a cerca de uns oitocentos metros da casa da fazenda, e Luís Pedro, um cangaceiro de estirpe no bando, estava deitado em uma rede armada no pé de angico que existe até os dias de hoje (foto ao lado) e Antonio, puxando-lhe os cabelos intimou em tom de pilhéria, que Luís levantasse da rede pra ele deitar.

Luís ao levantar-se, apoiou em seu fuzil (os cangaceiros não largavam suas armas nem descansando) e nesse movimento bateu com a coronha no chão, disparando-o e atingindo seu companheiro. Luís Pedro e os demais ficaram desesperados tentando deter a hemorragia.
Lampião não estava na fazenda e o Coronel Ângelo da Jia (Anjo da Gia) mandou avisa-lo do acidente.

Sucesso, Capitão! Sucesso! disse-lhe os enviados pelo Coronel Ângelo.

Mas vamos deixar que o documentário fale por si. Apresentaremos Agora o episódio;

"A Morte de Antonio Ferreira - A Cabeça"





Lampião e a Fazenda Jenipapo


Um pequeno documentário de nossa visita à Fazenda Jenipapo no dia 27 de maio de 2016 por ocasião do Seminário Cariri Cangaço na cidade de Floresta em Pernambuco. 

Contou-nos Mabel Nogueira, alguns históricos que marcaram lembranças da família em relação ao cangaço. Disse-nos que estava Antônio Gomes Jurubeba; pai de Maria Gomes; retelhando a casa da Fazenda Jenipapo, no ano de 1919, com seu sobrinho João Jurubeba, quando viram aproximarem-se os cangaceiros, João avisou: "Lá vem os cangacero”, e seu tio Antônio, permaneceu calado, trabalhando no retelhamento.

Os irmãos Ferreira aproximaram-se da casa, eram Virgulino, Antônio e Livino, e foi quando Virgulino falou: Abença tio Gomes! e Gomes Jurubeba sem olhar para o grupo, respondeu: "não dou bença a cangacero". 

Ouvindo isso Lampião continuou: “tio Gomes me dê umas balas” e a resposta de Gomes foi: “não tenho bala pra cangacero, se quiser compre, como eu comprei”. 

Lampião se dirigindo aos irmãos falou: “vamimbora, hoje tio Gomes não quer conversar” e saíram na direção da serra do Pico, foi quando Antônio Ferreira quis voltar e matar Gomes, entretanto Virgulino não deixou.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

A Chacina da Família Gilo por Lampião

Em seu livro As Cruzes do Cangaço, no capítulo 3 - Fazenda Tapera - O presságio de uma chacina - os escritores Marcos Antonio de Sá e Cristiano Luiz Feitosa Ferraz, trazem para nossos dias, detalhes não vistos por outros autores, um dos maiores erros de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, quando atacou e chacinou parte da família Gilo, inclusive seu patriarca, por acreditar em uma mentira preparada por um inimigo de Manoel Gilo, Horácio Novaes, que lhe tinha furtado alguns animais.

Essa estória da história do Cangaço, nos é narrada em diversos livros de autores famosos dessa saga, mas porém Marcos e Cristiano enveredaram pelos caminhos da caatinga, varando estreitas trilhas ao meio dos espinhos e batendo às portas dos remanescentes familiares dos atingidos pela sanha perversa de Lampião e seus sequazes, entrevistando-os para descobrirem detalhes não tocados pelos livros e entrevistarem inclusive alguns da época que ainda estão vivos, desta inditosa família, coisa que nenhum historiador ou pesquisador fizera até então. 

Trago aqui, um pequeno documentário de 48 minutos, feito por ocasião de minha visita, juntamente com diversos escritores, pesquisadores e apreciadores da história do cangaço, à Fazenda Tapera, onde fomos recebidos pelos descendentes da família Gilo, que hospitaleiramente nos acolheram nessa visita. 

Aqui, na Fazenda Tapera, Marcos e Cristiano, juntamente com um bisneto de Mané Gilo e outros pesquisadores, nos relataram em visita guiada, e nos conduziram para o cenário do pavoroso combate onde morreram parte da família, soldados e civis que os socorreram e alguns cangaceiros.

Vamos a ele! 









segunda-feira, 23 de maio de 2016

O BEATO DA CRUZ NO JUAZEIRO DO PADRE CÍCERO

BEATOS E CANGACEIROS 

Esse livro editado no ano de 1920 de autoria de Xavier de Oliveira, nos relata as estórias de beatos e cangaceiros, como história real e observação pessoal do autor, que desde o ano de 1909,  em sala de aula do Colégio São José, na cidade do Crato, Ceará, ter sido dado um trabalho escolar aos alunos, para desenvolverem o tema O Cangaço no Cariry. Nesse artigo, trago a atenção para um beato que viveu na cidade do Juazeiro do Norte, terra do Padre Cícero Romão Batista, a partir do ano de 1894, quando ali chegou para pagar penitências, como um romeiro qualquer. Trazia marcado em sua alma um crime, como a estória abaixo lhe dirá qual foi, e a Síndrome de Jerusalém que trata-se de um grupo de transtornos mentais, envolvendo a ideia obsessiva de temáticas religiosas, delírios e ideias psicóticas, que surgem após uma visita à cidade de Jerusalém, e que em artigo EVENTOS MARCANTES DO CARIRI CANGAÇO 2015 – Edição de Luxo, faço menção, quando digo que tal síndrome é o nome dado a um grupo de fenômenos mentais envolvendo a presença de ideias obsessivas de temática religiosa, delírios ou outras experiências de cunho psicótico que são desencadeadas por alguns que visitam a cidade. Na Jerusalém Brasileira, o Juazeiro do "Padim Ciço" cidade onde respira-se religiosidade, não poderia ser diferente, especialistas da área acreditam que esta síndrome trata-se de um transtorno dissociativo histérico, no qual indivíduos geram outra personalidade, em decorrência da sobrecarga do tema religioso que paira no ar e digo eu, por pesquisas sobre o tema, quando uma pessoa tem uma alta carga de culpa, ao aderir à religião, torna-se um fanático.

Não é exclusiva de uma única religião, porém acomete mais frequentemente judeus e cristãos de diferentes formações sócio-econômicas. O primeiro a identificar esta síndrome foi o Dr. Yair Bar-El, ex-diretor do hospital psiquiátrico Kfar Shaul da cidade de Jerusalém. Este médico examinou 470 turistas e considerou-os temporariamente insanos, entre os anos de 1979 e 1993. Desse total, 66% eram judeus, 33% eram cristãos e 1% não tinha religião definida.

Mas vamos à estória do Beato da Cruz, que deixo ipsis litteris assim como encontrei nesse livro. Uma narrativa bonita e marcante de um homem arrependido que incorporou a Sídrome do Juazeiro dos santos e beatos:

Que é um beato lá no meio religioso de Joazeiro do Padre Cicero? É um sujeito celibatário, que faz votos de castidade (real ou apparentemente), que não tem profissão, porque deixou de trabalhar, e que vive da caridade dos bons e das explorações aos crentes. Passa o dia a rezar nas egrejas, a visitar os enfermos, a enterrar os mortos, a ensinar orações aos crédulos, tudo de occôrdo com os preceitos do catecismo! Veste á maneira de um frade: uma batina de algodão tinto de preto, uma cruz ás costas, um cordão de São Francisco amarrado á cintura, uma dezena de rosados. uma centena de bentinhos de São Bento, uns saquinhos com breves religiosos e com orações poderosas, tudo pendurado do pescoço. 

São geralmente individuos vagabundos, hypocritas, delirantes religiosos, ou bandidos! Não cabe aqui a historia dos beatos do Joazeiro, visto que, além do Beato da Cruz, apenas dois deles, porque incluidos no numero dos famosos cangaceiros do Nordeste, merecem descriptos: o Beato Vicente e o Beato Ricardo. 

O Beato da Cruz não era um cangaceiro. Não andava de arma longa, nem de arma curta, nem mesmo de facão, e apenas, trazia um punhal occulto na sua batina azul (excepção entre os de sua classe. sua batina era azul, em vez de preta) de modo a não ser percebido por ninguem. 

O Beato da Cruz não era, propriamente um cangaceiro! Apenas, dizem os romeiros que o conheciam do Rio Grande do Norte, sua ferra natal, quando era ahi pelos seos vinte annos, assassinou seu pae. Não sei, ninguem sabe as razões que o levaram ao parricidio. E por isso, mais dificio se torna fazer um juizo approximado a respeito da molestia que lhe deve ter perturbado o mente, desde então. 

De uma feita, os guarda-locaes Pedro Araujo, Zé de Binda e Zé Biá, a mando de um famoso João Bento, por esse tempo delegado da então povoação do Joazeiro, quizeram desinferrufar os seos facões em suas costas. Mas se arrependeram da empreza. O beato arrancou de debaixo da sua batina azul o seo língua de peba (um punhal de dois gumes, estreito e longo) e com a cruz numa mão, e com o punhal na outra, fez debandar a tropa que o queria surrar. 

— Uai... Uai... Uai... meo Pae, perdoae-lhes que não sabem o que fazem — disse, embainhando a arma terrivel, e em pranto, marchou, corcunda, a cruz ás costas, pelo beco da Velha Chica do Sobrado acima.

Que eu saiba, foi essa a sua segunda façanha, e a unica que praticou durante sua longa permanencia em Cariry. Não devia, pois, figurar neste livro, que trato apenas, dos famosos guerrilheiros que conheci nos sertões nordestinos. Em verdade. fui busca-lo no material que possúo para a — JERUSALEM BRASILEIRA (Jaozeiro Padre Cicero), ora em estudos. E só o fiz, para o fim de, com a sua interessante figura de beato penitente, dar uma idéa exata e per- feita ao leitor, do que vem a ser essa entidade exotica e singular, propria do meio religioso, que é o Joazeiro do Padre Cicero. Voltemos ao beato. 

Ahi pelo anno de 1894, um rico fazendeiro norte-rio-grandense, de nome José da Cruz, como tantos outros milhares de sertanejos, veio em romaria a Joazeiro, pagar uma promessa que fizera a Nossa Senhora das Dores. padroeira do santo logar, e ao Padre Cicero. Empolgado o seo espirito fraco pelo sentimento de religiosidade que ali observou nos romeiros residentes, encontrou, assim, o campo onde logo puderam medrar com exuberancia as idéas delirantes de que já se achava possuido. Tanto chegou e, para logo, se tornou o que se vê da sua figura macabra de beato penitente. 

Assim, vestido á frade, e cruz ao ombro, a rezar nas egrejas, a ler a biblia e as historias dos santos, começou por querer imitar o Santo João Baptista, sem dispensar, nem mesmo o seo cordeirinho manso, o animal sagrado dos israelitas. Era para se penitenciar dos seos peccados mortaes. Homem de côr branca, de grandes olhos azues, sem nenhum estygma physico apparente de degenerescencia, de quando o conheço (e foi desde que me entendo) até dois annos, quando felecêo, sua vida foi sempre a mesma: rezar nas egrejas e occupar-se das coisas de Deus. Humor triste, facies abatida, olhar piedoso de perfeito visionario, em constante anciedade, era sua preoccupação unica salvar sua alma das penas eter-nas ! Era para isso que passava a vida inteira a fazer penitencia! Não sei se confessava sempre, o que não é provavel; mas é certo que levava o dia inteiro a ir de uma para outra egreja, a postar-se de joelhos, contricto, deante do altar do Senhor Morto, a orar em extase, a se lastimar, a chorar, a dizer-se culpado de estar ali crucificado o Filho de Maria, o meigo Nazareno de Belém e rei de Judá. - Uai... uai... uai... meo Pai, fazia o beato, prostrado aos pés da cruz, numa anciedade indescriptivel, offegante, a fazer caretas, banhado em lagrimas e coberto de suor. 

Na mesa do Revd. Padre Luiz Maranhão de Lacerda, vigario de Milagres, num dia de 1910 eu estava, quando, com sorpreza para mim, portas a dentro, entrou elle cantando, em voz sonora, e em som de cantochão, o seo bemdicto predilecto:
Na quinta-feira maior, 
O Deus Jesus Christo previa, 
Que na sexta-feira santa,
Ás tres horas elle morria. 

Uai... Uai . . . Uai . . meo Pai!

As ultimas palavras de sua toada plangente, desfez-se em pranto o beato. Ainda era o mesmo. Havia, seguramente, seis annos não o via. Fizera progresso nos habitos de religioso, pois já então, estava com a sua cruz de penitente cheia de milagres que obrara para os fieis que tinham fé em sua santidade, em seo prestigio junto a todos os santos do céo e junto ao proprio Deus !... 
— Uai. . . Uai... Uai. . . meo Pai! disse em prantos, banhado em lagrimas. cahindo de joelhos aos pés do sacerdote e beijando-lhe a batina. 
— Sente-se ahi, José, deixe-se de choro e vamos comer, disse para elle o bom do parocho, apon-tando-lhe uma cadeira á mesa. 

E o beato fez-nos companhia no agape. Puxei então de conversação com elle, e durante todo o almoço. falámos de Juazeiro. Disse-lhe o mêdo que me causava quando menino, o via aos pés da cruz, ou deante do Senhor Morto, ao meio dia em ponto, a chorar, a gemer dolorosamente... Uai... Uai... Uai... meo Pai! .. e que mais me parecia o uivo lastimoso de um cão soffredor do que os lamentos de um beato penitente. Uai... Meo Padre, eu sou peor que um cão, bradou lamentoso o beato, quando o padre: — Ora, José, não faça assim deante do major... O major, na ironia christã do ilustre Revdo. era eu então, um segundannista de gymnasio... — Sim meo Padre, - e terminou o beato dizendo-me de referencia ao Revd. Maranhão: ele é muito bomzinho para mim. Consolado, continuou o comer. 

Depois da refeição, dando graças a Deus e ao sacerdote que lhe dera o pão daquele dia, rezou muitas orações, fez uma centena de — em nome do Padre - os grandes olhos vermelhos do pranto er-guidos aos céos, piedosos, despedia-se de nós e sahio, a cruz ás costas, com o seo manso cordeiri-nho pelas ruas de Milagres, a cantar em voz cava e sumida, numa toada plangente, o seo bemdicto predilecto: 

Na quinta-feira maior,
O Deus Jesus-Christo previa, 
Que na sexta-feira santa, 
Ás tres horas, elle morria. 

Quem o poderia saber? Era, talvez, o remorso do beato, por haver morto seu pae, possivelmente, numa sexta-feira tambem, que explodia naquellas palavras que dizia cantando, em voz penosa e sombria, e numa musica funebre de cantochão... Só de tempos em tempos ia o Beato da Cruz a Joazeiro, donde fora obrigado a sahir, em vista da rixa que se creou entre elle e os guarda-locaes da cidade que, de outra feita, o pegarem de geito, e lhe deram uma grande sova. Mas, ainda que distante de Centro... quando apparecia era um successo. Empanava o prestigio santo de todos os seos collegas de classe, á excepção apenas, do beato Manoel Antonio da taba furada, bebedor de kerozene e fallador da vida alheia, como elle proprio se dizia.

Este, que passava a vida a escrever ás centenas, aos milhares, as orações: 

Oh! Maria Concebida sem peccado,
Rogue por nós que recorremos o Vós

e a distribui-las gratuitamente aos romeiros, como aos demais beatos, levava na troça o proprio Beato da Cruz, a quem para melindra-lo, chamava-o em tom de brincadeira: MANCEBADO 
— Uai... meo Pai, perdoae-lhe... fazia o beato, e sabia rua fora a chorar emquanto o seu collega e rival, Manoel Antonio de taba furada, ria á bandeira despregada, do effeito da sua pilheria. 

Eis ahi está o beato da Cruz, com o seo cordeirinho santo, á porta da egreja de Nossa Senhora do Perpetuo Soccorro, em cuja nave, num carneiro a um canto, á direita de quem entra pela porta principal, está o sepulchro da celebre beata Maria de Araujo.

Além, por traz do beato vë-se um paredão. É o muro do cemiterio do Joazeiro. Foi lá que em 1914 baixou ao tumulo o corpo do celebre beato e grande cangaceiro Ricardo: e foi lá tambem que ha dois annos teve sepultura o corpo innanimado do santo Beato da Cruz, que apenas matou seo pae, e, com sua cruz numa mão e com seo punhal na outra, fez debandar, em Joazeiro. um bando de guarda-locaes. O seo cordeirinho, certamente já foi comido pelos famintos da grande metropole sertaneja. Mas a sua memoria e as suas virtudes jamais deixarão de ser veneradas, enquanto houver um romeiro credulo na JERUSALEM BRAZILEIRA. 

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sábado, 21 de maio de 2016

Toledo - Patrimônio da Humanidade

Imagine viajar no tempo, voltar vários séculos atrás, e poder conhecer uma autêntica cidade medieval encravada no meio das montanhas, com suas casas, mercados, torres e comida? Considerada Patrimônio da Humanidade pelo Unesco, a cidade de Toledo, Espanha, reúne influências de povos muçulmanos, judeus e cristãos.

Rio Tajo (em Portugal, Tejo) - Foto Raul Meneleu
O primeiro assentamento permanente conhecido na cidade de Toledo é uma série de fortes (muralhas) celtibéricos. Um dos primeiros assentamentos estava localizado no Cerro del bu ( em uma colina na margem esquerda do rio Tejo ), onde foram obtidos inúmeros vestígios nas escavações, o que pode ser visto no atual Museu - Hospital de Santa Cruz em Toledo.



Armadura medieval - Foto Raul Meneleu
O aço de Toledo, conhecido por ser incrivelmente duro e tecnologicamente avançado na época, era trabalhado tradicionalmente desde cerca de 500 a.C. e chamou a atenção dos romanos quando foi usado por Aníbal nas Guerras Púnicas no século III a.C. Logo, tornou-se uma fonte padrão de armamento para as legiões romanas.

Espadas de aço toledano - Foto Raul Meneleu
O aço toledano era famoso por sua liga de alta qualidade, a Hispânia era conhecida desde o século IV a.C., por causa da alta qualidade de espadas de todos os tamanhos e armaduras provenientes desta região (além de outros utensílios), em desenho e ergonomia. Modelos como a Falcata Ibérica (uma espada curta) ou a Gladius Hispanensis (uma espada curta romana) foram usados ​​por cartagineses e romanos desde os tempos da Segunda Guerra Púnica (séculos II e III a.C.).

Armadura medieval - Foto Raul Meneleu
Em 193 a.C., depois de grande resistência, Marco Fulvio Nobilior conquistou a cidade. Os romanos a reconstruíram e a renomearam como Toletum na província de Carpetania. A cidade desenvolveu uma importante indústria de ferro e passou a exportar para todo o Império Romano e, também, passaram a cunhar moedas. A área onde a cidade foi colonizada sofreu um profundo processo de romanização, como evidenciado pelos inúmeros restos de vilas romanas, especialmente nas margens do Tejo.

Os romanos deixaram muitos vestígios em Toledo, principalmente na arquitetura e infraestrutura da cidade como um imponente aqueduto, dos quais apenas as fundações foram preservadas em ambos os lados do Tejo, estradas e pontes que existem até hoje, um circo, templos, teatros, um anfiteatro, igrejas antigas, moradias e muitos outros. Há muitos outros vestígios, apesar de ter sido dado como desaparecido.

Após as primeiras incursões germânicas no século III, as antigas muralhas foram reconstruídas para fins defensivos; no entanto, em 411 a cidade foi conquistada pelos alanos, graças à sua impressionante arte da guerra, que por sua vez foram derrotados pelos visigodos em 418. Depois de ter derrotado o seu adversário Agila, Atanagildo estabeleceu sua corte na cidade e mais tarde com Leovigildo, tornou-se capital do reino e arcebispado hispano-visigodo, que adquiriu grande importância religiosa e civil (como evidenciado pelos Conselhos de Toledo) e cultural. Muito perto de Toledo, na cidade de Guadamur, Tesouros, conjunto excepcional de coroas dos reis visigodos foram encontrados.

Toledo foi a capital da Hispânia visigótica, desde o reinado de Leovigildo, até a conquista moura da península Ibérica no século VIII.

Entre 714 e 715 foi conquistada por Tariq ibn Ziyad e submetidos ao domínio muçulmano. Os árabes chamaram-na de Tulaytula (árabe طليطلة ). Durante o Califado de Córdoba (797 - 1035), Toledo foi centro de tensão étnica e religiosa, além de muitas revoltas que envolviam todo o centro-sul da península ibérica. A esmagadora maioria de população católica (cerca de 95% - 99% da população da região) em Toledo tornou-se fonte de preocupação constante para os governantes islâmicos, os mais temidos eram os camponeses de fé cristã ou pagã e, durante o emirado deAl-Hakam, explodiu uma grande revolta em toda região em volta de Toledo. O emir enviou o oscense Muladi Amrús ben Yusuf (chamado Amorroz em crônicas Cristãs) para subjugar a região incluindo partes onde hoje são as modernas províncias espanholas de Ciudad Real, Cuenca e Albacete, usando um truque cruel. Este é o caso conhecido como o dia do poço. Amrús organizou um banquete no palácio do governador e convidou para comer na principal cidade. Às portas da residência, fez uma aposta de carrascos, quando os convidados chegaram, eles cortaram o pescoço, os corpos foram jogados em uma vala (daí o nome pelo qual é conhecido episódio). No entanto, houve novas rebeliões em 811 e em 829, depois de sua morte. Outra grande revolta estourou em Julho de 932 e se estendeu até 939 durante o governo de Abd al-Rahman III, exatamente na mesma região onde hoje é a comunidade autônoma de Castilla La-Mancha, de Cuenca a Ciudad Real modernos, e foi necessário um cerco de três ou quatro anos para recuperar.

Após a decomposição do Califado de Córdoba em 1035, tornou-se capital do Taifa de Toledo, no entanto, seu taifa teve que pagar párias aos reis de Castela para manter o moribundo domínio maometano.

Finalmente em 25 de maio de 1085, Afonso VI de Castela reocupou Toledo e estabeleceu controle direto sobre a cidade e também região majoritariamente cristã e nativa que havia se rebelado contra o governo islâmico. Este foi o primeiro passo concreto do reino de Leão e Castela na chamada Reconquista. Toledo também passou a ser a capital do Reino de Castela para enfrentar melhor os sarracenos oriundos do norte de Africa e extremo sul da Península, substituindo Burgos que até então era capital desde 1031. Foram construídas nova muralhas, mais sofisticadas do que as antigas.

Entre 1085 e 1100, a população de Toledo se tornou homogênea etnicamente e culturalmente, antes, cerca de 5% da população toledana era composto de muçulmanos e judeus. As populações indígenas de religião cristã e pagã foram bastante maltratadas pelo governo islâmico, com impostos abusivos, tentativas de conversão forçada, servidão (em alguns casos escravidão), e privilegiando muçulmanos e judeus, mas quando Castela reconquistou a região, esses dois grupos passaram a ser perseguidos. Por volta do ano 1300, um grupo de judeus chegou à cidade, mas foram expulsos novamente em 1492.

Em 1162 a cidade foi conquistada pelo rei Fernando II de Leão, durante o período turbulento de Alfonso VIII de Castela. O Rei Leonês nomeado Fernando Rodríguez de Castro "o castelhano " , membro da Casa de Castro, governador da cidade. A cidade de Toledo permaneceu na posse de Leão até 1166, quando foi recuperada pelos castelhanos.

Durante a guerra civil castelhana, Toledo lutou ao lado de Pedro I, e depois de sofrer um longo cerco, foi tomada em janeiro de 1369. Ao longo da Idade Média, a cidade foi crescendo, especialmente a partir do século XIV.

Desde tempos pre-romanos, Toledo era famosa por sua produção de aço, especialmente espadas e armaduras, e a cidade ainda é um centro de manufatura de facas e pequenas ferramentas de aço. Após Filipe II mudar a corte de Toledo para Madrid em 1561, a cidade entrou em lento declínio, do qual nunca se recuperou.

Nos últimos anos da Idade Média, a rainha Isabel I de Castela (1451 - 1504) ampliou a cidade, e na Catedral de Toledo os reis católicos proclamaram Joana como herdeira à coroa espanhola em 1502, a Espanha se tornava o primeiro Estado oficialmente unificado. A participação ativa na unificação do primeiro Estado moderno da Europa e do Mundo foi na presença dos nobres castelhanos, especialmente os aristocratas da família Álvarez de Toledo,. Isabel tinha construído em Toledo o Mosteiro de San Juan de los Reyes, para comemorar a batalha de Toro e ser enterrada lá com o marido, mas, depois decidiu enterrar-se na segunda cidade, onde seus restos mortais hoje descansam.

Foi uma das primeiras cidades que aderiram à revolta das Comunidades em 1520, com líderes comunitários como Pedro Laso de la Vega e Juan de Padilla. Após a derrota na Batalha de Villalar, plebeus Toledanos liderados por Maria Pacheco, viúva de Padilla, foram os mais resistentes aos projetos de Charles I, até a sua rendição em 1522. Toledo se tornou uma das sede do Tribunal do Império.

Toledo perdeu muito de seu peso político e social na segunda metade do século XVI. A ruína da indústria têxtil acentuou o declínio da cidade, embora mantivesse a sua importância como centro de poder eclesiástico.

Artes e cultura

Cervantes descreveu Toledo como a "glória da Espanha". A parte antiga da cidade está situada no topo de uma montanha, cercada em três lados por uma curva no rio Tejo, e tem muitos sítios históricos, incluindo o Alcázar, a catedral (a igreja primaz da Espanha), e o Zocodover, seu mercado central. Do século V ao XVI cerca de trinta sínodos aconteceram em Toledo. O primeiro foi no ano 400. No sínodo de 589 o rei visigótico Recaredo declarou sua conversão; no sínodo de 633, conduzido pelo enciclopedista Isidoro de Sevilha, decretou a uniformidade da liturgia em todo o reino visigótico e tomou medidas restritivas contra judeus batizados que recaíssem em sua antiga fé. O concílio de 681 assegurou ao arcebispo de Toledo a primazia no reino da Espanha. O último concílio que ocorreu em Toledo, entre 1582 e 1583, foi conduzido em detalhes por Filipe II de Espanha.

A parte do século XIV, Toledo tinha uma considerável comunidade judia, até que eles foram expulsos da Espanha em 1492; a cidade tem importantes monumentos religiosos, como a Sinagoga de Santa María la Blanca, a sinagoga de El Tránsito, e a mesquita de Cristo de la Luz.

No século XIII Toledo era um importante centro cultural sob o domínio de Afonso X, cuja alcunha era "El Sabio" ("O Sábio") por seu amor ao conhecimento. A escola de tradutores de Toledo tornou disponíveis grandes trabalhos acadêmicos e filosóficos produzidos em árabe e hebraico (que eram originalmente do grego) ao traduzi-los para o latim.

A catedral é notável por sua incorporação de luz, e nada é mais notável que as imagens por trás do altar, bastante altas, com figuras fantásticas em estuque, pinturas, peças em bronze, e múltiplas tonalidades de mármore, uma obra-prima medieval. A cidade foi local de residência de El Greco no final de sua vida, e é tema de muitas de suas pinturas, incluindo O Enterro do Conde de Orgaz, exibido na Igreja de Santo Tomé. É uma das três catedrais góticas (estilo francês) espanholas do século XIII, sede da Arquidiocese de Toledo, sendo considerada a obra magna desse estilo no país.

Nas artes culinárias, destacam-se as chamadas carcamusas, que consistem em carne de porco estufada com tomate e as famosas paejas.

Fonte: wikipedia

sexta-feira, 20 de maio de 2016

A Fonte da Juventude


  No decorrer dos tempos, a procura do paraíso foi algo que sempre dizia respeito a cada indivíduo. Entretanto, nos meados deste milênio, essa busca tornou-se uma empreitada oficial de poderosos reinos.
  Segundo nos levaram a acreditar, o Novo Mundo foi descoberto quando os exploradores procuravam uma rota marítima para a Índia em busca de riquezas. Isso é verdade, mas apenas em parte, pois o que Fernando e Isabel, os reis da Espanha, mais desejavam era encontrar a Fonte da Eterna Juventude, uma fonte de poderes mágicos cujas águas rejuvenesciam os velhos e mantinham
as pessoas eternamente jovens, porque brotava de um poço do paraíso.
  Nem bem Colombo e seus homens desembarcaram no que pensavam ser as ilhas da Índia (as "Índias Ocidentais"), eles passaram a combinar a exploração das novas terras com a busca pela lendária fonte cujas águas "tornavam os velhos novamente jovens".
  Os espanhóis interrogaram, sob tortura, os "índios"
capturados para que revelassem a localização secreta da mítica fonte. Quem mais se destacou nessas investigações foi Ponce de León, soldado profissional e aventureiro espanhol, que saiu das fileiras para terminar como governador de parte da ilha de
Hispaniola, que atualmente é o Haiti, e de Porto Rico.
  Em 1511, ele assistiu ao interrogatório de alguns índios aprisionados. Ao descreverem a ilha que habitavam, os nativos falaram de suas pérolas e outras riquezas, e enalteceram as maravilhosas virtudes de suas águas. 
  Existe uma fonte, contaram, onde um ilhéu
"gravemente oprimido pela velhice" foi beber. Depois disso "ele recuperou sua força varonil e praticava todos os desempenhos viris, tendo novamente tomado uma esposa e gerado filhos".
  Ouvindo com crescente entusiasmo, Ponce de León, ele próprio um homem de mais de 50 anos, convenceu-se de que os índios descreviam a mítica fonte das águas rejuvenescedoras. 
  A observação final dos nativos lhe pareceu a parte mais notável do relato, pois na corte da Espanha, bem como em toda a Europa, abundavam quadros feitos pelos maiores artistas e sempre que eles pintavam cenas de amor ou alegorias sexuais incluíam uma fonte no cenário. 
  Talvez o mais famoso desses quadros seja O Amor
Sagrado e o Amor Profano, de Ticiano. Na pintura, a fonte insinua o máximo em matéria de amor - as águas que tornavam possíveis "todos os desempenhos viris" ao longo da eterna juventude.
  Dizem que Ponce de León, teria, inclusive, encontrado a fonte da juventude na Flórida, nos EUA, embora nada seja comprovado. O mito deixou de prevalecer, mas é sempre lembrado.

   O relatório de Ponce de León para o rei Fernando aparece nos registros mantidos pelo historiador oficial da corte, Pietro Martire di Anghiera. Como este afirma em seu Decade de Orbe Novo (Décadas do Novo Mundo), os índios vindos das ilhas Lucaias, ou Bahamas, revelaram que "há uma ilha onde existe uma fonte perene de água corrente de tal excelsa virtude que ingerida, quem sabe acompanhada de alguma dieta, torna os velhos novamente jovens".
   Muitos estudos, como a obra de Leonardo Olschki, Ponce de León's Fountain of Youth: History of a Geographical Myth (A Fonte da Juventude de Ponce de León: História de um Mito Geográfico), estabeleceram que a "Fonte da Juventude era a mais popular e característica expressão das emoções e expectativas que agitaram os conquistadores do Novo Mundo".
   Sem dúvida, Fernando, rei da Espanha, era um dos que esperavam ansiosamente a confirmação da notícia. Assim, quando chegou a carta de Ponce de León, o rei não perdeu tempo. Concedeu de imediato ao aventureiro uma patente de descobrimento (com data de 23 de fevereiro de 1512), autorizando a partida de uma expedição da ilha de Hispaniola tomando rumo norte. 
   O Almirantado recebeu ordem de auxiliar Ponce de León e dar-lhe as melhores embarcações e marinheiros, com os quais talvez descobriria sem demora a ilha de "Beininy" (Bimini). O rei deixou bem explícita uma instrução: "Depois de teres atingido a
ilha e ficares sabendo o que existe nela, tu me mandarás um relatório".
   Em março de 1513, Ponce de Leon partiu para o norte com a intenção de encontrar a ilha de Bimini. A desculpa pública para a expedição era "procurar ouro e outros metais", mas a verdadeira meta era encontrar a Fonte da Eterna Juventude. 
   Os marinheiros logo desconfiaram disso quando viram não apenas uma ilha, mas centenas delas, as Bahamas. Ao ancorarem em uma após outra, os
grupos de desembarque receberam instruções de procurarem não ouro, mas uma fonte incomum.       Águas de riachos foram testadas e bebidas sem efeitos extraordinários aparentes. 
   No Domingo de Páscoa - Pascoa de Flores, em espanhol -, foi avistado um longo litoral e Ponce de León chamou a "ilha" de Flórida.
   Acompanhando a costa e desembarcando várias vezes, ele e seus homens exploraram as florestas e beberam a água de inúmeras fontes. Todavia, nenhuma delas pareceu realizar o milagre tão
almejado.
   Contudo, o fracasso da missão não conseguiu abalar a convicção de que existia mesmo a tal fonte no Novo Mundo. Ela só precisava ser descoberta. Mais índios foram interrogados. Alguns aparentavam muito menos idade do que realmente afirmavam ter; outros repetiram lendas que confirmavam a existência da água milagrosa. Uma delas, transcrita em Creation Myths of Primitive America (Mitos da Criação da América Primitiva), de J. Curtin, diz que quando Olelbis, "aquele que está sentado no alto", estava para criar a humanidade, mandou dois
emissários à Terra para construírem uma escada que ligaria o Céu e a Terra. A meio caminho, deveriam instalar um local de repouso, onde haveria uma lagoa da mais pura água potável. No topo da escada criariam duas fontes, uma para se beber e outra para banhos.
   Disse Olelbis: "Quando um homem ou uma mulher
envelhecer, deixem-no subir a esse cume, beber e banhar-se. Com isso, sua juventude será restaurada".
   A convicção de que a fonte existia em algum lugar daquelas ilhas era tão forte que em 1514 - um ano depois da malograda expedição de Ponce de León - Pietro Martire escreveu (em sua Segunda Década) ao papa Leão X informando:

"A uma distância de 325 léguas de Hispaniola, dizem, existe uma ilha chamada Boyuca, aliás Ananeo, que, segundo aqueles que exploraram seu interior, possui urna fonte extraordinária, cujas águas rejuvenescem os velhos. Que Sua Santidade não pense que isso esteja sendo dito leviana ou irrefletidamente, pois esse fato é considerado verdadeiro na corte, e de uma maneira tão formal, que todos, mesmo aqueles cuja sabedoria ou fortuna os distinguem das pessoas comuns, o aceitam como verdade."

   Ponce de León, sem se deixar desanimar, concluiu, após pesquisas adicionais, que deveria procurar urna fonte ligada a um rio, possivelmente através de um túnel subterrâneo. Então, se a fonte ficava numa ilha qualquer, seu manancial não seria um rio da Flórida?
   Em 1521, a Coroa espanhola ordenou que Ponce de León fizesse uma nova expedição, desta vez centralizando as buscas na Flórida.
   Não existem dúvidas sobre o verdadeiro propósito dessa missão. Poucas décadas depois, o historiador espanhol Antonio de Herrera & Tordesillas afirmou em sua Historia General de Las Indias (História Geral das Índias): "Ele (Ponce de León) saiu em busca
daquela fonte sagrada, tão afamada entre os índios, e do rio cujas águas rejuvenesciam os velhos". A intenção era descobrir a fonte na ilha de Bimini e o rio na Flórida, onde, segundo afirmavam os índios de Cuba e Hispaniola, "os velhos que nele se banhavam
tornavam-se jovens de novo".
   Em vez da juventude eterna, Ponce de León encontrou a morte ao ser atingido por uma flecha dos índios caraíbas. Assim, embora a procura individual por uma poção ou ungüento que consiga adiar o dia final talvez jamais termine, a busca organizada, sob comando real, chegou ao fim.
   Teria a busca sido inútil desde o início? Fernando, Isabel, Ponce de León e todos que navegaram e morreram procurando pela Fonte da Juventude seriam apenas tolos que acreditavam em contos de fada primitivos?
   Não, no entender deles. As Sagradas Escrituras, crenças pagãs e relatos documentados de grandes viajantes juntavam-se para garantir que realmente existia um lugar cuja água (ou néctar de seus frutos) podia conceder a imortalidade, mantendo a pessoa
eternamente jovem.

Fontes de pesquisas:
http://mundoestranho.abril.com.br/
Livro A Escada Para o Céu
Fotos da Internet


Rabban Shimon Ben Gamliel

Tradução para português abaixo do texto em inglês

Rabban Gamliel I was succeeded by his son, or as some say, his son-in-law, who took over the spiritual leadership as Nassi during one of the saddest periods of Jewish history. The yoke of the Romans became ever heavier, and oppression made the spiritual and cultural life very difficult. Rabbi Shimonstrongly emphasized the importance of religious deeds. Said he: ( Avoth I, 17)
"All my life I have been brought up among, the Sages, and I have found nothing better for a person than silence; study is not the most important thing, but practice; and whoever talks too much, brings about sin."
In those days of oppression, many joined the ranks of patriots who wanted to rebel and fight the Romans. Rabbi Shimon supported them very effectively.Even Josephus, the historian, who generally was not his friend, talks very highly about his great knowledge and capabilities. But Rabbi Shimon did not foresee the tragic results of the revolt which ended in the destruction of the Beth-Hamikdosh. He put all his considerable means at the disposal of the war party because he saw no other way out of the desperate situation. In this policy he was not followed by most other Sages who urged peaceful relations with the Romans. In the Mishnah we find Rabbi Shimon's name mentioned in connection with the laws concerning the offering of sacrifices. When poor women, who after childbirth, had to bring an offering, of doves, were embarrassed by the steep price of the birds he pledged that by the next day the birds would be available to them at a much cheaper price. Indeed, he was able to make his pledge come true. Another time Rabbi Shimon is mentioned in connection with the celebration of the Drawing of the Water (" Simchat Beth Hashoeivah "). In the ecstasy of joy, he would juggle torches with great skill. He also was not too proud to personally entertain a groom and bride at their wedding celebration.
Unfortunately, this great scholar and leader was one of the Ten Scholars who died as martyrs at the hands of the cruel Romans. We read the following about his martyrdom:
Rabbi Shimon was thrown into prison together with Rabbi Yishmael ben Elisha , and condemned to die. He cried out in painful sorrow: "Woe to us that we have to be put to death like common heathen and murderers!" When Rabbi Yishmaelheard these words, he wondered whether Rabbi Shimon had perhaps once refused to admit a poor and hungry man to his house, while he was sitting at a meal; and that this might be the punishment for it. Thereupon Rabbi Shimon replied: "Heaven knows that I have never in all my life been guilty of this sin. On the contrary, I have always hired people who were on the lookout for beggars in need of food, to bring them into my house." When Rabbi Yishmael questioned him ,whether he bad felt proud while lecturing to the huge crowd of Jews who had gathered at the Temple mount to hear him expound the Law, Rabbi Shimon replied: "I have never been guilty of such conceit. This punishment is rather a heavenly decree, which no human being can escape."
When both were brought to the place of execution, each one begged to be permitted to die first, so that he would not have to witness the tortures and death of the other. Rabbi Yishmael claimed that, as Kohen Gadol , he was entitled to die first, and Rabbi Shimon argued that being the Nassi gave him the right of being executed first. Lots were drawn, and Rabbi Shimon was executed first. When Rabbi Yishmael saw his head fall into the sand, he picked up the bloody head of his friend, put it in his lap and sobbed: "O sacred, truthful mouth, from which such pearls of wisdom had once flowed! What is it that has caused you to fall into the dust, and your tongue to be sealed off with earth and dirt!"Thus ended the life of one of Israel 's noblest princes.

TRADUÇÃO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA

Rabban Gamliel I foi sucedido por seu filho, ou como alguns dizem, seu filho-de-lei, que assumiu a liderança espiritual como Nassi durante um dos períodos mais tristes da história judaica. O jugo dos romanos tornou-se cada vez mais pesado, e a opressão fez a vida espiritual e cultural muito difícil. Rabi Shimon enfatizou fortemente a importância de suas obras religiosas. Disse ele: (Avoth I, 17)

"Toda a minha vida eu fui criado entre, os Sábios, e eu não encontrei nada melhor para uma pessoa do que o silêncio, o estudo não é a coisa mais importante, mas a prática;. E quem fala demais, traz sobre si o pecado"

Naqueles dias de opressão, muitos se juntaram às fileiras de patriotas que queriam se rebelar e lutar contra os romanos. Rabi Shimon apoiou-os de forma muito eficaz. Mesmo Josefo, o historiador, que geralmente não era seu amigo, fala muito bem sobre o seu grande conhecimento e capacidades. 

Mas o rabino Shimon não previu os resultados trágicos da revolta que terminou com a destruição do Beth-Hamicdash. Ele colocou todos os seus meios consideráveis ​​à disposição do grupo de guerra, porque ele não viu outra saída para a situação desesperada. 

Nesta política não foi seguido pela maioria dos outros sábios que instaram relações pacíficas com os romanos. Na Mishná encontramos o nome de Rabi Shimon mencionado em conexão com as leis relativas à oferta de sacrifícios. 

Quando as mulheres pobres, que após o parto, tiveram que trazer uma oferta, de pombas, foram embaraçadas pelo alto preço dos pássaros e ele prometeu que no dia seguinte os pássaros estariam disponíveis para elas a um preço muito mais barato.

Na verdade, ele foi capaz de fazer sua promessa de se tornar realidade. Outra vez Rabi Shimon é mencionado em conexão com a celebração do Desenho da água ( "Simchat Beth Hashoeivah"). 

No êxtase de alegria, ele iria fazer malabarismos usando tochas com grande habilidade para entreter, pessoalmente, um noivo e noiva em sua festa de casamento.

Infelizmente, este grande estudioso e líder era um dos Dez Scholars que morreram como mártires nas mãos dos cruéis romanos. Nós lemos o seguinte sobre o seu martírio:

Rabi Shimon foi jogado na prisão juntamente com Rabi Yishmael Ben Eliseu, e condenado a morrer. 

Ele gritou de dor dolorosa: "Ai de nós que temos de ser condenados à morte, como os gentios e assassinos comum!" 

Quando Rabi Yishmael ouviu estas palavras, ele se perguntou se o rabino Shimon tinha talvez uma vez se recusado a admitir um homem pobre e com fome em sua casa, enquanto ele estava sentado em uma refeição; e que esta pode ser a punição para ele.

Então Rabi Shimon respondeu: "Deus sabe que eu nunca em toda a minha vida fui culpado deste pecado Pelo contrário, eu sempre convidei os mendigos que necessitavam de alimentos, para trazê-los para a minha casa... " 

Quando Rabi Yishmael questionou ele, se ele sentia-se orgulhoso, enquanto palestrava para enormes multidões de judeus que se reuniam no Monte do Templo para ouvi-lo expor a Lei, o rabino Shimon respondeu: ". Eu nunca fui culpado de tal presunção, esta punição é em vez de ser decreto celeste, que nenhum ser humano pode escapar ".

Quando ambos foram levados para o local da execução, cada um pediu para ser autorizado a morrer primeiro, para que não testemunhasse as torturas e morte do outro. 

Rabi Yishmael afirmou que, como Kohen Gadol, ele tinha o direito de morrer primeiro, e Rabi Shimon argumentou que ser o Nassi deu-lhe o direito de ser executado em primeiro lugar. 

Lotes foram sorteados, e Rabi Shimon foi executado primeiro. 

Quando Rabi Yishmael viu cair a cabeça na areia, ele pegou a cabeça ensanguentada de seu amigo, colocá-lo em seu colo e chorou: 

"O sagrado, pela boca do verdadeiro, com o qual esses pérolas de sabedoria tinha, fluiu uma vez que é que lhe causou a cair em pó, e sua língua para ser selado com terra e sujeira! " 

Assim terminou a vida de um dos príncipes mais nobres de Israel.


Publicado e com direitos de autor pela Sociedade Publicação Kehot

Uma das pérolas do Rabban Shimon Ben Gamliel que encontrei no livro Encontros Divinos de Zacharias Sitchin

Quando o Rabbi Gamliel foi indagado por um herege sobre qual seria a localização exata de Deus, percebendo que as terras são vastas e ainda há sete oceanos, respondeu sim­plesmente:
- Isso eu não posso dizer.
Baseado na resposta, o outro continuou em tom de desafio: - E chama a isso de Sabedoria, rezar diariamente para um Deus que você não sabe onde está?
O rabino sorriu.
    - Você pede que eu aponte o dedo para o lugar exato da Presença Dele, apesar de que a tradição ensina que a distância entre o céu e a Terra levaria uma jornada de 3500 anos para ser percorrida. Assim, posso perguntar o paradeiro exato de algo que está sempre com você e que, se o perder, não viverá um só momento?
- O que é? - quis saber por fim o pagão, intrigado.
- A alma que Deus colocou em seu interior; me diga exatamente onde está - pediu o rabino.
Perplexo, o homem sacudiu a cabeça numa negativa. Foi a vez do rabino de parecer espantado.
- Se você não sabe onde a própria alma está localizada, como pode esperar saber a moradia exata do Uno que enche o mundo inteiro com sua glória?