Conta-nos a
história que alguns deuses se reuniram e criaram o homem e a mulher usando
todos os elementos encontrados em um planeta perdido de um sistema solar de uma
também perdida galáxia. Para isso tiveram que aguardar milhões e milhões de
anos, esperando que aquele minúsculo “planetinha” esfriasse.
Iniciaram então a
árdua tarefa em criar oceanos, usando para isso elementos químicos,
misturando-os acertadamente e inventaram a água, substância química composta de hidrogênio e oxigênio pois
sabiam que seria a água, essencial para os humanos e para as outras formas de
vida e que ela agiria como reguladora de temperatura, diluidora de sólidos e
transportadora de nutrientes e resíduos por entre os vários órgãos, ademais
ajudaria na diluição e funcionamento dos órgãos humanos e animais, para em
seguida ser eliminada pela urina e por evaporação nos poros, mantendo a
temperatura corporal e eliminando resíduos solúveis, como sais e impurezas.
Sabiam até mesmo, pois o projeto era de uma perfeição impar, que as lágrimas
que os seres humanos derramariam seriam também outro meio de eliminação de água
digerida.
Após obterem êxito
na invenção da água, inventaram arvores e animais. Daí chegou o dia de
inventarem uma criatura parecida com eles para cuidar desse grandioso projeto,
pois eles como bons cientistas, queriam dedicar-se continuamente a criar e
assim estão fazendo, pois um deles que veio a terra, que era filho de um desses
deuses e ele próprio também um, disse aos homens que o pai dele, como chefe da
equipe de engenheiros projetistas, continuava a trabalhar.
Grande projeto! O
conjunto de transformações auto-sustentáveis ou ciclo de vida, administrados
por essa criatura que seria semelhante aos deuses, daria sustentabilidade ao grande projeto e o ser humano
interagiria com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os
recursos naturais.
Como sempre, em qualquer projeto, existem as variáveis. O livre arbítrio
foi colocado como uma das dádivas ao homem, pois tal requisito seria
fundamental para que o próprio homem tomasse decisões, pois como semelhantes
aos deuses, saberiam tomar a decisão acertada para determinadas situações.
Ademais o projeto era e é auto-sustentável, bastando aos homens obedecerem a
ordem natural das coisas. Sim, o livre arbítrio seria dado ao homem, decidiram
os deuses.
Essa variável, fez que o homem começasse a sentir-se importante, e como ele
era semelhante aos deuses, passou a agir. Começou por dar nomes aos animais e
árvores, daí não se sentindo à vontade de ter conhecimento limitado, procurou
através de meios que estavam à sua disposição, desenvolver também projetos. Um
deles foi aumentar seus conhecimentos. E isso foi sua derrota, pois parte dos
deuses, irritados com isso, disseram ao homem que se eles escolhecem obter
conhecimento morreriam. Hora, o homem como um semelhante aos deuses não
poderiam ser idouto, defendiam outros deuses.
Impasse geral! Alguns dos deuses criativos queriam dar liberdade total ao
homem, no entanto outros queriam que o homem continuasse sujeito ao projeto
original. Convocando uma assembléia o Engenheiro Chefe do projeto, avaliou que
estava faltando ao homem, alguma coisa. Argumentou que as criaturas inferiores,
todas elas, tinham um semelhante de sexo oposto. Propôs que criassem uma
ajudadora para o homem e isso talvez fosse a solução para o homem continuasse
sujeito à ordem natural das coisas.
Lembrou-lhes que o
conjunto de transformações auto-sustentáveis ou ciclo de vida, administrados
pelo homem, daria sustentabilidade
ao grande projeto e os seres humanos interagiriam com o mundo, preservando o
meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras.
Aclamação de todos! Gritavam em júbilo por aquela grande idéia. Mais uma
vez aquele Grande Líder da equipe de deuses criadores, com sua magnífica
sabedoria, mostrava sua grande inteligência. Todos passaram a trabalhar para
criar a companheira do homem e após isso fazerem foi-lhes dada a ordem de
crescerem e multiplicarem.
Hora, estava fácil demais, pensavam alguns dos da equipe de criadores. Se
continuasse assim não teria graça. Que graça teria de ver a criação submetida
quais autômatos à uma ordem pré-estabelecida? Impasse novamente. Uns queriam
dar total liberdade aos homens, outros que o homem lhes ficassem sujeitos. Quem
venceria essa disputa?
Quem decidiu tudo, foi a criatura criada para ser companheira do homem. Era
preferível morrer que viver eternamente na mesmisse, decidiu ela, ajudada por
um dos deuses que era a favor da total liberdade do ser humano. Graças a ela e
ao deus rebelde nós morremos.
Esse grande jogo de interesses sobre a humanidade ainda persiste. Nesses
últimos 100 anos, avançamos demais na ciência. Desnecessario falar sobre nossos
avanços. De uma coisa temos certeza: continuamos a ser ajudados pelos deuses,
uns contra, outros a favor. Uns querendo que os homens sigam a ordem natural
das coisas e outros querendo o mesmo, mas oferecendo ajuda antecipada. A ajuda
antecipada oferece perigo pois os homens quando se tornam poderosos, são
perigosos para a própria raça e para a ordem natural das coisas.
Imagine se
vivêssemos eternamente. Seríamos escravos de homens poderosos e sem escrúpulos.
Seria muito mais difícil sermos civilizados. Felizmente homens poderosos morrem.
Estamos vivendo agora um dos momentos mais deleitosos da raça humana. Estamos
nos civilizando. Temos leis e procuramos ser justos. Se não conseguimos ainda
ter um cenário melhor, é justamente porque o homem insiste ainda em dominar
outros.
As divisões ainda
são fortes e pairam sobre a raça humana, nacionalismo e religião geram lutas, desejos
individuais de homens irracionais ainda desejam poder.
Ainda iremos
percorrer um longo caminho para chegarmos à fraternidade na terra, mas
felizmente isso está vindo graças ao sentido de liberdade que o homem
conquistou, mesmo perdendo um bem precioso, a vida eterna.
“Não deves comer dela, porque no dia em que
dela comeres, positivamente morrerás.” - Gênesis capítulo 3