Maat ou Ma'at é a deusa da verdade, da justiça, da retidão e da ordem. .É a deusa responsável pela manutenção da ordem cósmica e social. Maat é associada à determinação final e funciona tanto como deusa como quanto conceito.
O templo dedicado a Maat está no complexo de Karnak e estudiosos tem evidências que existiam outros em Deir el-Medina e Mênfis.
Ela é representada como uma jovem mulher ostentando uma pluma de avestruz na cabeça, a qual era pesada contra o coração (alma) do morto no julgamento de Osíris. A pesagem do coração era feita em uma balança utilizando de contra-peso a pena de Maat.
Não importava se a pessoa fosse pobre ou rica, todas teriam que passar pelas mesmas etapas no mundo dos mortos. Primeiramente a pessoa morta precisava convencer o barqueiro Aken a levá-la pelo rio da morte.
Então eles tinham que passar por doze portões que são vigiados por demônios e serpentes. Era um dos motivos de serem enterrados amuletos de proteção junto com o morto, que ajudariam a protegê-lo nessa hora.
Depois o morto precisava convencer os 42 juízes de que não tinha cometido nenhum dos 42 pecados. Só depois dessas etapas o morto entraria no tribunal de Osíris.
Maat também tinha um importante papel na hora de decidir se o morto entraria no submundo ou não. Para o morto alcançar o submundo, ele precisava fazer a chamada “confissão negativa” que era uma lista das coisas que o mesmo teria evitado de fazer em vida.
Dentre eles estavam; Não matei, não roubei, não cometi adultério, não menti entre outros que ao total davam 42 confissões. Caso fosse aprovado nessas confissões o morto era considerado “Verdadeiro da palavra” (Maat Kheru – Expressão bem popular do antigo Egito) e poderia passar a uma nova sala onde passaria por uma balança.
Acreditava-se que o coração era o centro da mente e da vontade. O coração, então, deveria pesar menos que a pena, para que o mesmo pudesse ter a vida eterna, caso o coração fosse mais pesado que a pena de Maat o morto era devorado por uma espécie de devorador de almas, chamado de Ammit.
E quando isso acontecia o morto deixava de existir, o que para os egípcios era algo de um enorme temor. O coração assumiu o equivalente ao significado da nossa palavra consciência.
A verdade não é uma invenção moderna. Tal como a conhecemos, ela existe onde há consciência; uma está envolvida na outra. Mas de onde vem a verdade, a retidão e a justiça, e o que podemos chamar de código de ética?
Parece que nossa civilização e nossa cultura têm uma dívida para com o Egito Antigo.De todas as culturas ou países conhecidos, o Egito tem os mais antigos registros históricos, remontando a mais de cinco mil anos.
A palavra Maat significa não só verdade mas também retidão e justiça. Seu símbolo do Maat era a pluma de avestruz. A pluma, como símbolo, é encontrada em toda parte do Egito . nos túmulos e nas paredes e colunas dos templos.
A pluma pretende transmitir a ideia de que “a verdade existirá”. A pluma era transportada nas cerimônias egípcias, muitas vezes sobre um cajado.
Um dos textos das pirâmides diz: “O céu está satisfeito e a terra regozija-se quando ouvem que o Rei Pépi II pôs Maat no lugar da falsidade e da desordem”. Os historiadores modernos concluem que a justiça era a essência do governo, inseparável do rei e, portanto, o objetivo reconhecido da preocupação de um funcionário.
Ele não só estava envolvido na concepção de justiça como também na ética. Dizia-se que os inúmeros deuses dos egípcios viviam pelo Maat. Isto quer dizer que os poderes encontrados na natureza funcionavam de acordo com a ordem da criação.
O conceito de Maat confirma a antiga crença egípcia de que o universo é imutável, e que todos os opostos aparentes devem manter-se mutuamente num estado de equilíbrio.
Ele subentende vigorosamente uma permanência; estimula o homem a esforçar-se por alcançar a virtude até que não tenha mais falhas. A harmonia e a ordem estabelecida de Maat, assim como a permanência, estão subentendidas nisso.
Um homem só teria êxito na vida, se vivesse harmoniosamente de acordo com o conceito de Maat e em sintonia com a sociedade e a natureza. A retidão produzia alegria; o contrário trazia o infortúnio.
Este era um conceito profundo para os egípcios antigos, um conceito que ultrapassava o âmbito da ética, poderíamos dizer, e que na verdade afetava a existência do homem e seu relacionamento com a sociedade e a natureza.
James Henry Breasted escreveu que da verdade, da retidão, do conceito de justiça de Maat veio a consciência e o caráter. Akhenaton destacou repetidamente o conceito de retidão de Maat. Ele desenvolveu o reconhecimento da supremacia de Maat como retidão e justiça numa ordem moral nacional sob um único deus.
O significado de Maat se desenvolve a ponto de abarcar todos os aspectos da existência, incluindo o equilíbrio básico do universo, o relacionamento entre suas partes constituintes, o ciclo das estações, movimentos celestes e observações religiosas, bem como negociações justas, honestidade e confiança nas interações sociais.
A harmonia cósmica era conseguida através de uma vida ritual e pública correta. Qualquer distúrbio na harmonia cósmica poderia ter consequências para o indivíduo, assim como para o estado: um rei ímpio poderia trazer fome ao povo. Daí se dizer que a função do rei era honrar Maat, distribuindo justiça na terra através de um governo benevolente e justo.
Maat, portanto, era, ao mesmo tempo, uma deusa e um conceito filosófico dos mais importantes na vida dos egípcios. Nas esferas celestes, ou na terra, ou na estrutura psicológica dos seres humanos, Maat devia ser praticada como principio de vida e cultuada como atributo divino na terra para realizar essa harmonia. Maat devia orientar os passos dos homens e dos deuses.
Ir.’. Bruno Bezerra de Macedo MM - ARLS Adolfo Bezerra de Menezes n° 100 filiada a Grande Loja do Estado do Ceará GLMECE
Grupo Memórias e Reflexões Maçônicas. Adm. Rogério Romani
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