Quando morre alguém que amamos costumamos dizer que tal
pessoa permanece aqui conosco. Se estivermos ainda na mesma casa que tal pessoa
viveu por longos anos, a afirmativa torna-se mais contundente ainda. Será isso
verdade, que as pessoas mortas continuam ao nosso redor? Respondo
afirmativamente essa pergunta e lhes direi por que penso assim.
Nossa imaginação quando regada com lembranças reais do
passado, faz que revivamos momentos alegres ou tristes, que passamos em nossa
vida, com uma intensidade maior e bem maior que uma simples imaginação que
pensamos de algo que queremos e que não ainda aconteceu.
O peso e a intensidade de nossas lembranças de
acontecimentos reais faz que revivamos ao vivo e a cores, como se costuma
dizer, momentos gravados em nossas vidas, que podem ter sido e com certeza
foram, marcantes, e por isso mesmo gravado como que a ferro e fogo, em um local
que só nós mesmos temos o poder de visitar e que muitas vezes para assim o
fazermos, precisamos de estalos momentâneos que nos levem a esse profundo local
de nossas mentes.
Cada ano que passa de nossas vidas, aos pouco vamos
esquecendo, e tais acontecimentos marcantes ficam sepultados, aguardando uma ressureição
em nossas memórias, provocadas por lembranças, para que possam ganhar vida
novamente. Algumas dessas ressureições vêm por sonhos e esses são provocados
por nosso subconsciente que não temos domínio nenhum sobre ele. Raro é a pessoa
que sabe alimenta-lo com eficiência, pois essa técnica tem que ser aprendida, e
a maioria da humanidade nunca aprenderá essa técnica.
Quando morre alguém que amamos essas pessoas permanecem aqui
conosco, enquanto tivermos lembranças delas. Algumas jazem sepultadas em nossa
mente para nunca mais serem lembradas e outras que marcaram nossa vida,
continuam a marca-la por lembranças que temos delas.
Interessante que pessoas tenham opiniões que existe um ser a
que chamam de espírito ou alma, e que se afasta de nossos corpos quando tais
entram em colapso pelo não mais funcionamento da bomba mais incrível que
existe, nosso coração, que para de bater e o fluxo de sangue que alimenta
nossas células com oxigênio deixa de correr em nossas veias.
Fica difícil de imaginar isso principalmente quando fazemos
comparações com o restante de seres vivos que pululam na terra. Temos os
animais a quem chamam de irracionais, o que discordo totalmente por ter alguns comigo
em minha casa e ficar radiante de alegria quando eles dão mostra de
entendimento comigo. Lógico que não atingimos ainda o ponto de comunicação
máximo com eles, mas que sabemos da inteligência deles sabemos. Por exemplo, um
cão, um macaco ou um cavalo. Também os golfinhos, as orcas, as baleias de
várias espécies, os papagaios e outras aves, que, com treinamento que lhes
damos, fazem tarefas que lhes impomos.
A bíblia do
cristianismo, em algumas passagens, mostra que os homens têm o mesmo fim dos animais,
a morte. Inclusive em uma das passagens mais incríveis que acho, está no livro
do Eclesiastes, escrito por um dos mais notáveis homens daquela época, que era
o Rei Salomão. Ele veio a escrever as
palavras que estão registradas em Eclesiastes
3:18-22 “. . .Eu
é que disse no meu coração, com respeito aos filhos da humanidade, que o
[verdadeiro] Deus vai selecioná-los, para que vejam que eles mesmos são
animais. Pois há um evento consequente com respeito aos filhos da humanidade e
um evento consequente com respeito ao animal, e há para eles o mesmo evento consequente.
Como morre um, assim morre o outro; e todos eles têm apenas um só espírito, de
modo que não há nenhuma superioridade do homem sobre o animal, pois tudo é
vaidade. Todos vão para um só lugar. Todos eles vieram a ser do pó e todos
eles retornam ao pó. Quem é que conhece o espírito dos filhos da humanidade, se
ele vai para cima; e o espírito do animal, se ele vai para baixo, para a terra?
E eu vi que não há nada melhor do que o homem alegrar-se com o seu trabalho,
porque este é seu quinhão; pois, quem o fará entrar para ver o que vai ser após
ele?”
Em outra parte do referido livro diz “ . . .Pois, quanto
àquele que está unido a todos os viventes, há confiança, porque melhor está o
cão vivo do que o leão morto. Pois os viventes estão cônscios de que morrerão;
os mortos, porém, não estão cônscios de absolutamente nada, nem têm mais
salário, porque a recordação deles foi esquecida. Também seu amor, e seu ódio,
e seu ciúme já pereceram, e por tempo indefinido eles não têm mais parte em
nada do que se tem de fazer debaixo do sol.” - Eclesiastes 9:4-6
Acredito piamente nessas palavras. Não sou ateu, mas não posso acreditar
que o ser humano, possa ter outro tipo de vida no plano espiritual. Fomos
feitos para essa vida material e temos o grande privilégio de sermos criaturas
com maior grau de desenvolvimento que os animais.
Portanto, nós que revivemos lembranças de nossa memória, referentes a
pessoas e principalmente parentes achegados, podemos afirmativamente dizer que
eles estão presentes em nossas vidas.