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quarta-feira, 26 de março de 2014

O homem sempre precisará de leis e regras

Sociedades não do ponto de vista natural, mas impostas pela necessidade de convivência tendem sempre a autodestruir-se pois criam muitas regras de proteção. Primeiro para os de poder e tais regras vão descendo até chegarem ao povo. Ao chegarem ao povo as regras são tão pesadas que esses revoltam-se e passam a não obedece-las e daí inicia-se o caos com a tendência de dissolução.

O homem sempre precisará de leis ou regras porque a grande questão é como concebemos a liberdade humana. Ser livre é ser autor das únicas obrigações que nos compelem e quando nossas preferências passam a afetar outras pessoas, os mais fortes iniciam o controle pelas leis e regras, primeiro para defenderem-se e depois de protegidos defenderem os abaixo de seus privilégios em escala até chegar a grande parte da sociedade.

Acontece que ordenar aos cidadãos que abandonem suas liberdades pois estas estão atingindo os direitos de seus vizinhos é dizer-lhes que eles não são livres, por certo irá lhes causar revolta. Por isso tais leis e regras depois de serem muito bem discutidas para sua aprovação, têm que ser impostas ao conjunto, para que a sociedade como um todo, perpetue-se como sociedade constituída e não como natural, pois na natureza a lei do mais forte sempre será a força mais poderosa de submissão.

Uma política de leis sem um comprometimento moral substancial resulta em uma vida cívica pobre e um convite aberto a moralismos limitados e intolerantes. Os fundamentalistas ocupam rapidamente os espaços que não são discutidos com receio de explorar possíveis entraves de preferências individuais e que não ferem os direitos de outros.

Se nossas discussões sobre justiça nos enredam em questões morais precisamos evitar resvalar para preferências pessoais ou religiosas. Para que tenhamos uma vida cívica rica e interessada no bem comum, que evitemos dogmatismos religiosos para que não nos emaranhemos em controvérsias vãs.

Que os cidadãos democráticos, não que abandonem suas convicções morais e religiosas, mas que ao entrarem na esfera pública evitem-nas, mas que as usem apenas para fortalecer sua própria consciência sem ferir a liberdade de outros pois isso garante a tolerância e o respeito mútuo. Deixem que suas preferências individuais sejam usadas sem ferir a vida de seu próximo e fortaleça a sociedade como um todo. Apenas dessa forma a sociedade será longeva.