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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

ÁGUA BRANCA - Cidade Histórica

Na visita que fizemos a ÁGUA BRANCA-AL na comitiva do CARIRI CANGAÇO, formada por escritores, historiadores, pesquisadores e amantes da saga nordestina do cangaço, onde atuaram grande nomes de combatentes ao cangaceiro Lampião e seu bando, e também homens e mulheres que fizeram a história de suas cidades, registramos para os amigos, onde pouquíssimos tiveram acesso a esse histórico material, "escondidinho" acima do teto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, pois só tomei conhecimento pelo amigo Camilo Lemos que veio gentilmente me buscar na praça da igreja matriz da cidade de ÁGUA BRANCA, onde nós da Grande Confraria do Cariri Cangaço, irmanados, sorvíamos sofregadamente do néctar precioso da história dessa belíssima cidade no sertão alagoano.

Agradeço também a outro curioso como eu e Camilo, o confrade Kydelmir Dantas, que nos aguardava para gravarmos de forma amadorística, mas suficiente, esse pequeno documentário para os amigos que não tiveram esse privilégio.



ABAIXO DETALHES DA FUNDAÇÃO DA CIDADE DE ÁGUA BRANCA.

Contando um pouco dessa história, com dados da prefeitura da cidade, Água Branca está localizada na região Nordeste, na micro-região do Sertão Alagoano, com uma altitude de 550 metros acima do nível do mar. Possui 195 localidades e abrange uma área de 456,7 Km². Estima-se sua população em cerca de 20.000 habitantes. O nome Água Branca, originou-se de um conjunto de fontes naturais com límpidas águas existentes na região. Foi denominada Mata Pequena, Matinha de Água Branca, e por último, "Água Branca".


Os primeiros desbravadores dessas terras foram membros da família Vieira Sandes, oriundos de Itiúba, pequeno povoado próximo a Porto Real do Colégio, em Alagoas. Atraídos pelas riquezas da região, pastagens e fertilidades do solo, o capitão Faustino Vieira Sandes (desbravador do município) com seus irmãos, José Vieira Sandes e João Vieira Sandes arrendaram grande quantidade de terra aos sesmeiros e começaram a explorar a região. Em 1770 foi construída a primeira Igreja em plena mata, pelo Major Francisco Casado de Melo, eqüidistante de três núcleos de povoamento: Várzea do Pico, Olaria e Boqueirão, atualmente denominada Igreja de Nossa Senhora do Rosário. 

Em 1º de junho de 1864, foi criada a freguesia de Nossa Senhora da Conceição, subordinada à Diocese de Penedo pela Lei nº 413. Até o século XVII, o território de Água Branca pertencia a Paulo Afonso ( Província de Alagoas) conhecida pela denominação de Mata Grande da qual constituiu-se por muito tempo um distrito judiciário. À sesmaria de Paulo Afonso conhecida por Mata Grande, pertencia também o território do município de Piranhas, e hoje os atuais municípios de Delmiro Gouveia, Olho D'água do Casado e Pariconha. Em 24 de abril de 1875, o povoado foi emancipado e instituído a Vila de Água Branca. 

Por divergências políticas, a Várzea do Pico, onde se realizava as grandes feiras de gado, foi chamada Vila do Capiá e em 1893 passou a ser sede da vila de Água Branca. Em 1º de junho de 1895 a sede passou definitivamente à Vila de Água Branca. Somente em 02 de junho de 1919, através da Lei nº 805, a vila passa a categoria de cidade de Água Branca.
Paulo Afonso, conhecida por Mata Grande, originou-se de uma pequena povoação sobre a serra do mesmo nome, pertencente naquela época a circunscrição territorial de Penedo.

Com a criação do município de Traipú em 1835, Paulo Afonso passou a jurisprudência desse novo município vindo a desmembrar-se em março de 1837 em virtude da Lei provincial nº 18, que ao mesmo tempo elevou a vila. Em 1846 a Lei nº 43 de 04 de maio suprimiu a vila, vindo esta a ser restaurada e instalada em 28 de junho de 1852 pela Lei nº 197, ocorrido em 27 de setembro do mesmo ano. Já em 05 de junho de 1902 através da Lei nº 328 a vila de Paulo Afonso passou a categoria de cidade. 

Com a evolução dos municípios do Estado de Alagoas, que teve inicio no ano de 1636, desencadeou-se o processo de independência de vários municípios alagoanos e dentre eles os atuais municípios de Mata Grande, Água Branca, Piranhas, Delmiro Gouveia, Olho D'água do Casado e Pariconha. 

Piranhas  

Origem do nome. Quando as famílias Alves e Feitosa, data do século XVIII, começaram a desenvolver a região, o lugar era conhecido pela denominação "Tapera". Um certo dia um homem pescou uma piranha num riacho denominado "riacho das piranhas" ao chegar em casa o pescador percebeu que tinha esquecido seu cutelo (faca) e voltando-se para seu filho disse-lhe: "vai ao porto da piranha e traga meu cutelo". Com a propagação dessa história a pequena vila de pescadores passou a ser denominada "Piranhas".

Em 20 de julho de 1885, foi criada a freguesia de Piranhas, sob a invocação de Nossa Senhora da Saúde, pela Lei provincial nº 964. Em 03 de junho de 1887, através da Lei nº 966, foi elevada a categoria de vila de Piranhas, desmembrando-se de Pão de Açúcar (Emancipação Política).

Em 16 de abril de 1891, por ato do governo Estadual, passou a ter fórum civil passando a se chamar Marechal Floriano Peixoto. Em 1949, voltou a se chamar de "Piranhas", definitivamente. 

Delmiro Gouveia

O primeiro nome dado à cidade de Delmiro Gouveia foi Pedra e o povoado se constituiu a partir de uma estação da estrada de ferro da então Gret-Western. A denominação Pedra veio de grandes rochas que existiam junto da estação.

Em 1903 chegou a região, vindo de Recife - Pe, o cearense Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, que se estabeleceu vendendo couros de bovinos e peles de caprinos. 

Em 1914 ele instalou uma fábrica de linha com o nome de Companhia Agro Fabril Mercantil. Em 1921, Delmiro Gouveia conseguiu dotar o lugar de energia e água canalizada, vindo da cachoeira de Paulo Afonso. Em homenagem a este grande empreendedor, a vila operária recebeu o nome de Pedra, a "Pedra de Delmiro Gouveia" que passou a ser distrito através do decreto Lei nº 846 de 01 de novembro de 1938 da Intervenção Federal.

Em 30 de dezembro de 1943, através do decreto Lei nº 2902 que fixou a divisão administrativa e judiciária do Estado, a denominação vila, mudou e passou a se chamar Delmiro Gouveia. 

Porém o município só foi criado e emancipado em 16 de junho de 1952, pela Lei nº 1623, desmembrou-se de Água Branca. 

Na época, Arnon de Mello, que era governador do Estado de Alagoas, sancionou a Lei nº 1628 que nos seus artigos estabelece: 

• Artigo 1º - Fica elevado à categoria de município, com os seus limites atuais e com a denominação de Delmiro Gouveia, o atual distrito de Delmiro, do Município de Água Branca.
• Artigo 2º - A sede do município será a atual vila de Delmiro que passará a categoria de cidade com o nome de Delmiro Gouveia.
• Artigo 3º - O Município de Delmiro Gouveia será termo judiciário da comarca de Água Branca, até que a lei dê cumprimento ao disposto no artigo 69, da Constituição do Estado.
• Artigo 4º - Esta Lei entrará em vigor a 01 de janeiro de 1954.
• Artigo 5º - Revogam-se as disposições em contrário.

Olho D'água do Casado

O nome "Olho D'água" originou-se de várias nascentes de água existentes na região. Do "Casado" em homenagem ao fazendeiro José de Melo Casado. O lugarejo possuía poucos habitantes. No entanto, antes de sua Emancipação Política passou por duas fases que foram a de povoado e posteriormente a de vila. O aumento gradativo da população, o progresso na agricultura, o apoio político e social fêz com que uma comissão de moradores da referida vila, fossem a Maceió, capital do Estado de Alagoas, participar de uma audiência com o Marjor Luiz Cavalcante que na época era governo do Estado. Essa audiência resultou na publicação do decreto Lei nº 2459 de 22 de agosto de 1962 que elevou a vila a categoria de cidade. Esta localidade pertenceu a Piranhas e só veio a ser emancipada no dia 21 de setembro de 1962.
Pariconha - A povoação do município de Pariconha, teve inicio no século XIX, com as famílias Teodósio, Vieira, Viana e Félix, que se estabeleceram com a agricultura e pecuária, principalmente com a criação de pequenos animais. Fixando-se numa localidade denominada Caraibeiras dos "Teodósios", às margens do rio Moxotó, a família Teodósios até hoje tem lá seus descendentes. Já o restante das famílias colonizadoras da região se estabeleceram no local onde hoje está a sede do município.
Em 01 de maio de 1962 através da Lei 2240 foi criado o distrito judiciário e o Cartório de Registro Civil de Pariconha. Em 05 de outubro de 1989 através da Constituição Estadual ouve o desmembramento (Emancipação Política) do povoado de Pariconha.

Principais Figuras Históricas de Água Branca

• Capitão Faustino Vieira Sandes (desbravador do município)
• Capitão-Mor Joaquim Antônio de Siqueira Torres (Barão de Água Branca)
• Teotônio de Siqueira Torres (Pai do Barão)
• Gertrudes Vieira Sandes (Mãe do Barão)
• Joaquina Vieira Sandes (Primeira Esposa)
• Joana Vieira Sandes (Segunda Esposa)

Dentre as figuras citadas destacou-se o Capitão-Mor Joaquim Antônio de Siqueira Torres (Barão de Água Branca).

Foi um homem determinado, grande latifundiário, construtor de grandes obras e voltado ao progresso.
Pernambucano, nasceu no dia 08 de dezembro de 1808, em um pequeno povoado denominado Cimbres, no Estado de Pernambuco, chegando a falecer no dia 29 de janeiro de 1878. Nesse período, casou-se duas vezes. A primeira vez com a Srª Joaquina Vieira Sandes com quem teve três filhos: Severino Pompeu de Siqueira Torres, Minervina de Siqueira Torres, Joana de Siqueira Torres, e a segunda vez com a Srª Joana Vieira Sandes (Baronesa de Água Branca) com quem teve oito filhos: Cícero Joaquim de Siqueira Torres, Joaquim Antônio de Siqueira Torres, Miguel de Siqueira Torres, Manoel de Siqueira Torres, Antônio de Siqueira Torres, Alexandre de Siqueira Torres, Luiz de Siqueira Torres, Brandina de Siqueira Torres.

Casa do Barão de Água Branca.

Casa de nº 01, situada à rua Barão de Água Branca onde residiu o Capitão-Mor Joaquim Antônio de Siqueira Torres (Barão de Água Branca).
O Capitão-Mor Joaquim Antônio de Siqueira Torres, recebeu do Papa Leão XIII, a comenda de São Gregório por ter construído no ano de 1871, com recursos próprios, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, um dos mas belos templos do Estado de Alagoas e ter ordenado a padre dois filhos: Pe. Cícero de Siqueira Torres e Joaquim Antônio de Siqueira Torres. Recebeu também do imperador D. Pedro II o título honorifico de Barão de Água Branca. Preocupado com a educação dos filhos , formou em Direito o Bacharel Miguel Archanjo de Siqueira Torres, que exerceu o cargo de Juiz de Direito desta Comarca, o Engenheiro Agrônomo Antônio Vieira Torres, que foi Coletor Federal no município e o Engenheiro Luiz de Siqueira Torres, que exerceu mandatos de senador e vice-governador do Estado de Alagoas.

Centro Histórico

O Centro histórico da cidade é representado pelas Igrejas, Casarios, Casa do Barão de Água Branca, Praça de Nossa Senhora do Rosário, Praça da Matriz e Praça Fernandes Lima. Este conjunto arquitetônico é um dos maiores atrativos. Além da beleza é realmente uma grande obra de arte. Pois possui na sua arquitetura o estilo Barroco e Colonial.

Existe a Lei municipal nº 447/71 de 18 de abril de 2001, que dispõe sobre o Tombamento Municipal do Centro Histórico, Seus Entornos, Seus Monumentos Históricos e Ecológicos, publicada e registrada na Secretaria Municipal de Administração e Finanças da Prefeitura Municipal de Água Branca.

O Artigo 3º desta Lei diz que os bens do patrimônio público e particular situados nos limites da área tombada, ficam sujeitos, no pertinente a seu uso gozo, às normas que dispõe sua manutenção e preservação do patrimônio Histórico e Artístico estabelecidas nas legislações Estadual e Federal especificadas, bem como a preservação da Lei municipal nº 388/96 de 15 de agosto de 1996.

O artigo 4º desta lei diz que os Projetos de restauração e reforma de edificações considerados de valor histórico e artísticos, bem como os daqueles não classificados, observarão as diretrizes estabelecidas nesta Lei.