Nos anos de 1800 a 1899 os filhos de ricos comerciantes estudavam na Europa. Na cidade baiana dos diamantes, Lençois, a sociedade em pompas e ostentação orgulhava-se do prestígio social e político recém-adquirido, conferem-lhe o título de "Corte do Sertão", por analogia com o distante Rio de Janeiro, a Corte do Império do Brasil.
De tudo era importado. De Paris a última moda e até mesmo pianos Pleyel, que existem até hoje em algumas residências. De Londres tecidos finos e artigos para cavalheiros e até tinta para escrever.
Os coronéis locais gabavam-se de terem mais ligações com a Europa do que com a capital da província, a cidade de São Salvador da Bahia. "Tudo nos vem de lá", afirmavam referendo-se à Europa, "e para lá vai o nosso diamante... que nos importa a Bahia?"*
Realmente esse foi sempre o pensamento elitista de alguns brasileiros até os dias de hoje. Como os poderes do Império e da República sempre estiveram nas mãos dela, da elite, as coisas irão perdurar e quando alguns do povo alçam à essa "Corte", elite se tornam e o ciclo vicioso perpetua-se.
Ainda vamos levar muitos e muitos anos para termos sistemas de governos e sociedade igualitário enquanto o dinheiro for mais importante que vidas humanas.
Precisamos encontrar para isso o motivo. Algo que nos motive a pensarmos e agirmos em prol do todo.
Sem querer entrar em motivos religiosos, pois esses dividem mais que o dinheiro, só enxergo mais na frente, um poder que mudará totalmente a humanidade:
A Necessidade de Sobrevivência da inteira raça humana por motivos catastróficos para com a terra inteira.
E mesmo assim, será um tal de "salve-se quem puder". Fora disso, não vejo mudanças.
* Ver pg 35 "A Corte do Sertão" Eduardo Silva em "Dom Obá II D'África, o Príncipe do Povo"