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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pessoas que nos marcam e também ficam marcadas

Alguns dizem que para amar o próximo, tem que amar primeiro a si. Concordo. Um dos grandes mestres da humanidade, em sabedoria disse que quem não ama seu próximo que está vendo, como amará a Deus que não vê! Quem é nosso próximo mais próximo?
 
O meu próximo mais próximo sou eu mesmo. Eu me amo. Mas não sei se esse amor pode cuidar de minha pessoa física de uma forma protetiva. Sei que esse amor que tenho por mim, cuida muito bem da parte mental.
 
Ontem, fui cuidar da minha pessoa mental, em um passeio maravilhoso à velha Bahia. Fui a uma cidadezinha praiana encontrar-me com mais de setenta companheiros que assim como eu, se amam, mas não ligam muito para o corpo físico.
 
 
São jovens e idosos como eu. São motociclistas com suas máquinas poderosas que chegam algumas delas a 300 km/h. Ontem, andei em alguns trechos da Linha Verde, estrada que corta Sergipe e Bahia, a uma velocidade que não traz proteção ao corpo físico. Meu brinquedinho não é tão possante quanto as de alguns, mas bem que acariciei meu corpo físico com altas doses de adrenalina e minha mente com pensamentos que me ajudaram a descarregar o somatório de minha vida.  
 
Saí cedinho de casa. Todo paramentado de roupas apropriadas - é o máximo que posso fazer por esse corpo físico. No caminho, encontrei diversas variantes mentais. A todas dispensei atenção. Era a higiene mental que estava precisando.
 
Quando cheguei ao Sítio do Conde, nome da praia da cidade do Conde, estacionei, desnudei-me das pesadas roupas, vesti uma camisa de turista e aguardei os companheiros para o almoço marcado a mais de vinte dias atrás. Sentei em uma mesa, pedi água de coco e como conduziria a moto pelo menos com seis horas à frente, degustei um whisky de 12 anos.
  
 
Confortavelmente espichado numa cadeira de plástico, iniciei o acompanhamento através do WhatsApp (programa de celular) das peripécias dos colegas que vinham "rolando" pela estrada. É bom demais "Sô"!
 
Foi aí que "arreparei" em uma bicicleta encostada no muro do restaurante. Bicicleta de andarilho. É a bicicleta do cidadão Juarez Costa Maciel, carioca, 55 anos, que já permanecia no Conde por mais de 8 dias por está chovendo demais na estrada. Foi chegando e começamos a conversar. Estava vindo de Natal, capital potiguar.
 
 
Visitou todos os países da América do Sul. Pedalou no deserto de Atacama no Chile. Subiu a Machu Picchu. Passeou na estrada Pan Americana do Chile à Argentina. "Eita" sujeito "porreta". Altos papos. "Arreparem" no que ele tem nos braços. Ganhou de presente, segundo ele, do Deus Jeová. A tinha encontrado quase morrendo de tantas feridas e pulgas na saída da cidade dos "Papas Gerimuns". Seu nome: Luana. Era noite de lua cheia e a cadelinha estava sob a lua. Daí o nome misturado. Na lua. Luana.
 
Nessa vida encontro pessoas que nos marcam e também ficam marcadas. Juarez é livre. Por onde passou tem documentos comprovatórios. Três álbuns, cheinhos de recordação. Chegará ao Rio de Janeiro algum dia. Não sabe a data. Vai pedalando e pedalando. Quando lá chegar irá iniciar seu livro.
 
Foi quando começou a chegar os companheiros de aventuras de duas rodas e vim a entender que em duas rodas, não precisa de velocidade pra chegar em algum lugar. Na volta para casa, pilotei meu brinquedinho com bastante moderação na velocidade.
 
Nós somos o somatório de tudo que dissemos, fizemos e sentimos. Tudo misturado numa única vida que é constantemente revisada e lembrada. Então, pra ser você mesmo, precisa sempre se lembrar de si. É um trabalho de tempo integral. É complicado mas é assim que funciona.
 
 

domingo, 7 de julho de 2013

O Chico Doido

 
O Chico Doido,, cachaceiro de boa cepa lá da rua Dom Joaquim, em Fortaleza no Ceará, no bairro do Seminário era realmente um anjo de Deus, posto pra gente tomar vergonha na cara.
Minha mãe, que Deus a a tenha, lhe dava um prato de comida que ele dividia com os os bichos que o arrodeavam. 
A cachaça o levou à loucura.
“Filhodaputabaitolacorno” clamava o demente e nenhum de nós sabia que aquele "anjo" estava arrodeado de demônios mentais que levam homens à loucura. Era a síndrome de touret.
Nem o Dr. Abreu, médico de minha mãe sabia o que era. Minha mãe com "pena" ficava aflita e o alimentava com o pouco que nossa família tinha.
A roda de samba dos bambas das cercanias de minha casa, na casa de Dona Peta e do Senhor Cirilo faziam roncar seus cavaquinhos, violões e pandeiros.
O pé de "munguba" era o ponto. Era a minha casa preferida pois eu subia e ficava a espiar. Não sei se existe essa árvore hoje na Dom Joaquim em frente ao número 36.
Bons tempos aqueles. Como a letra da música que diz, "Eu era feliz e não sabia..."