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segunda-feira, 21 de abril de 2025

A Flor da Pitaya

A flor de pitaya, também conhecida como "Flor da Noite" ou "Rainha da Noite", carrega um rico simbolismo espiritual em várias culturas, especialmente por sua característica única de desabrochar apenas durante a noite e por um curto período de tempo. Aqui estão alguns de seus significados mais profundos:
1. Transformação e Renascimento 
Assim como a flor abre rapidamente à noite e murcha ao amanhecer, ela simboliza **ciclos de vida, morte e renovação**. Representa a ideia de que a beleza e a iluminação podem surgir em momentos de escuridão, incentivando a fé em novos começos.

2. Beleza Efêmera e Impermanência 
Sua breve existência lembra o conceito budista e taoista de impermanência (anicca) – tudo na vida é transitório. Isso inspira a valorizar o momento presente e a aceitar a natureza passageira das coisas.

3. Iluminação Espiritual  
Na tradição oriental, flores que desabrocham à noite são frequentemente associadas à sabedoria interior e à busca espiritual. A pitaya, com sua beleza radiante na escuridão, simboliza a luz da consciência que surge em meio ao desconhecido.

4. Resistência e Adaptação
Por crescer em condições áridas e ainda produzir uma flor tão magnífica, a pitaya representa resiliência, força interior e a capacidade de florescer mesmo em ambientes difíceis.

5. Conexão com o Divino Feminino  
Em algumas culturas, sua forma delicada e seu perfume intenso são vistos como uma manifestação da energia feminina – fertilidade, intuição e mistério. Pode simbolizar a Mãe Divina ou a deusa lunar.

6. Sincronicidade e Oportunidades Únicas  
Como a flor abre em um momento específico e por poucas horas, ela ensina sobre estar atento às oportunidades que a vida oferece, pois algumas bênçãos só aparecem uma vez.

Uso em Práticas Espirituais
- Meditação: Contemplar sua beleza passageira pode ser uma prática de mindfulness.  
- Rituais: Em algumas tradições, oferecer a flor em altares atrai prosperidade e proteção.  
- Xamanismo: Pode simbolizar uma ponte entre os mundos (material e espiritual).  

Em resumo, a flor de pitaya é um símbolo de esperança, mistério e a jornada da alma – lembrando que mesmo nas fases mais escuras, a luz e a beleza podem surgir de forma inesperada. 🌸✨  

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Lampião estudado por revolucionários


Lampião foi muito estudado pela esquerda revolucionária que lutou contra a ditadura militar de 1964. 
Voltando mais atrás (1924-1927) vemos que o líder da Coluna Prestes (Luís Carlos Prestes) não se deu conta do poder de Lampião, que era respeitado por sua valentia e estratégicas campanhas paramilitares. 

Virgulino Ferreira, o maior bandoleiro nordestino, e porque não dizer, guerrilheiro e estrategista, onde até mesmo guerrilheiros da história brasileira moderna, digamos assim, incentivaram seus comandados a lerem sobre Lampião, como foi o caso do líder guerrilheiro Carlos Marighella, que lutou contra a ditadura implantada em 1964 no Brasil. (Marighella - O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo - Mário Magalhães - pág. 396)

Um dos livros indicados por Joaquim Câmara Ferreira, líder dirigente do Partido Comunista Brasileiro, ao famoso guerrilheiro Marighella, era o livro "As táticas de guerra dos cangaceiros" de Christina Matta Machado. 

Marighella admirava o homem que tinha lutado em seis estados nordestinos e que as táticas de colunas móveis, elaboradas por Lampião, tinha resistido por quase 20 anos."

"Temos que ser como Lampião", repetia o guerrilheiro.

Virgulino Ferreira, o Lampião, foi visto muito antes de nascer, pelos profetas que pregavam no sertão. Seu destino na história já estava traçado. Lampião foi visto em sonhos por Antônio Conselheiro, onde evocou uma profecia anunciando para depois de sua morte a vinda de um guerreiro que se caracterizaria pela sua extrema piedade, mas também pelo furor e sucesso, e que zombaria das forças governamentais.

Em seu livro "Lampião, senhor do sertão : vidas e mortes de um cangaceiro", Elise Grunspan-Jasmin registra na pág. 76 que o major Optato Gueiros, tinha contratado, na Bahia, um velho de mais de 60 anos, muito alto e forte ainda, que andou algum tempo com as Forças Volantes, na região de Canudos, o qual tinha sido um dos generais de Antônio Conselheiro, conhecido por Pedrão. Este usou a "mesma tática de Lampião contra as tropas atacantes, dai a demora da conquista do bastião do Conselheiro. [...]" 

O mesmo fanático de Canudos citou uma "profecia" de António Conselheiro, que julgava ele, referir-se a Lampião, a qual declarava que dentro de 50 anos, haveria de surgir nos sertões dos Estados do Nordeste, um homem que, apesar de ser religioso, seria cangaceiro e daria o que fazer a muitos governos.

Para o ex-jagunço de Antônio Conselheiro, Pedrão, não tinha dúvida de que essa profecia se referia a Lampião, porque "justamente ele encarnava a figura do cangaceiro piedoso, cristão, respeitando a tradição católica". 

E realmente Lampião em qualquer lugar que estivesse, no mato, tirava do bornal a imagem. improvisava um altar e passava a rezar e em algumas vezes, até o dia inteiro, no exercício piedoso de suas orações. Por isso concluiu o jagunço Pedrão: "... é que, o cangaceiro religioso de que falava o Conselheiro. só poderia ser Lampião"

E foi assim que nasceu Lampião, debaixo de numerosas profecias ligadas ao seu nascimento que anunciaram sua vida de maldades, bondades, de religiosidades e de seu estranho destino. Em versos de cordel citados nas feiras, o destino de Lampião era o de ser bandido e que até mesmo a parteira que "o pegou" tinha profetizado que êle seria lembrado por seus feitos, por gerações e gerações.

Perdeu Luís Carlos Prestes a oportunidade de cooptar o famigerado bandoleiro para lutar contra a opressão dos corruptos da primeira República brasileira pois já tínhamos muitos nodestinos no Rio de Janeiro e São Paulo. 

A Coluna Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes entre 1924 e 1927, foi um movimento revolucionário tenentista que fez campanha contra diversas estruturas e práticas da Primeira República Brasileira (1889-1930). Seus principais alvos foram:

Oligarquia e Coronelismo:  
   Combateu o domínio das oligarquias agrárias, especialmente de São Paulo e Minas Gerais, que controlavam o poder por meio do sistema "café com leite". Denunciavam o coronelismo, no qual grandes proprietários rurais manipulavam votos e mantinham o poder local através de violência e clientelismo. A grande marcha protestava contra:

Fraudes Eleitorais:  
   Protestavam contra a falta de democracia real, marcada por eleições fraudulentas, voto de cabresto e exclusão política da população rural e das classes menos favorecidas.

Desigualdades Sociais e Econômicas:  
   Criticavam a concentração de terras, a pobreza no campo e a negligência do governo com questões sociais, como educação, saúde e direitos trabalhistas.

Centralização do Poder:  
   Questionavam a exclusão política de outras regiões do Brasil, que não tinham representação efetiva no governo federal, dominado pelas elites paulistas e mineiras.

Corrupção e Autoritarismo:  
   Denunciavam a corrupção endêmica e a falta de transparência nas instituições públicas, além da repressão violenta a movimentos populares.

Embora a Coluna Prestes não tenha alcançado seus objetivos imediatos, sua resistência (com uma marcha de mais de 25 mil km pelo interior do Brasil) expôs as fissuras do sistema oligárquico e inspirou futuras mobilizações, como a Revolução de 1930, que pôs fim à Primeira República. O movimento também simbolizou a luta por justiça social e reformas democráticas na história do Brasil.

Dessa forma, Luís Carlos Prestes perdeu a oportunidade de se sair vitorioso contra a República Velha, mas claro que inspirou futuras mobilizações contra ela.