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domingo, 11 de novembro de 2018

NAZARÉ DO PICO e sua gente.

Essa é uma história que as populações, o povo das cidades por onde eles passaram, ou por suas redondezas, nunca deveriam esquecer. Tem que ser estudada nas escolas das vilas e cidades em sua grade curricular de História.

Considero essa, como mais importante que a história do descobrimento do Brasil, sem querer desmerecer a tal. Foram homens que combateram o banditismo, com grande garra e sem perspectivas de ganho material. O fizeram para protegerem suas famílias, o que foi extensivo a todas as famílias sertanejas. Lampião e seu bando entre outros cangaceiros, eram perversos e não respeitavam as famílias. Prestava serviços escusos para os coronéis fazendeiros assim como abertamente quando era de interesse amedrontar a população indefesa.

Se estudamos essa fase da história do sertão,  o cangaço,  não é porque gostamos de bandidos e sim para termos o entendimento que houveram pessoas no seio da sociedade que entregaram até mesmo suas vidas para combaterem a tais. Entre estes, estavam os Nazarenos. Chamados assim por terem fundado e residido na cidadezinha de Nazaré, distrito do município de Floresta, Estado de Pernambuco.

Há 101 anos atrás nascia essa cidadezinha como uma pequena Vila onde começava a sua história tivemos no ano passado 2017 as comemorações do Centenário desta cidadezinha que no ano de 1923 era apenas um Arraial de 40 casas formando uma pequena e única rua, ficando numa extremidade a igreja e na outra a barbearia de Manoel flor e a casa do Professor Domingos Soriano Lopes Ferraz que tinha sido quem tivera a ideia no ano de 1917 de fundar esse Arraial. 

Ficava em sua fazenda chamada algodões e foi ele mesmo quem marcou o alinhamento das casas, convidou amigos para virem morar no Arraial que estava construindo e muita gente aceitou o convite, para fugirem dos riscos da guerra  entre os Pereira e Carvalho. Também ficariam mais protegidos dos assaltos dos jagunços de Cassimiro Honório e de outros desordeiros.

Dentre os fundadores de Nazaré, o homem de maior posse, era Antônio Gomes Jurubeba conhecido como seu Gomes. Ele era dono da fazenda Genipapo. Estive nessa Fazenda Genipapo onde nos reunimos em confraria com os amigos do Cariri Cangaço, para fazermos uma homenagem a esse grande homem, um dos guerreiros nazarenos e de seus familiares que lutaram contra Lampião e seus cangaceiros. Fiz um vídeo que indico para os amigos assistirem como foi essa programação, (https://youtu.be/lpP8mvfjAqw).

O grande acontecimento no Arraial de Nazaré, era a feira livre às quartas-feiras. Uma vez por mês o Vigário de Vila Bela vinha Celebrar missa, batizados, celebrar casamentos. Ele chegava sempre na terça-feira e se hospedava na casa de Antônio Gomes Jurubeba e na quarta-feira depois da da missa ele voltava para Vila Bela. 

Nesse pequeno povoado foi onde aconteceram muitas desavenças entre Lampião e os seus moradores, seus residentes, inclusive um dos mais famosos dos casos que  se deu, foi o casamento de Maria Licor, que era prima de Lampião, filha de Dona Joaninha Ferreira. Lampião queria assistir ao casamento. Lampião já era desafeto dos Nazarenos, tinha uma certa fama de bandoleiro e todos esperavam que ele viesse para o casamento da prima. Para verem um relato desse casamento, temos o do Padre Frederico Bezerra Maciel, que pode ser visto aqui (https://meneleu.blogspot.com/2014/10/o-casamento-de-licor-prima-de-lampiao.html).

As histórias contadas pelos descendentes desses bravos Nazarenos são muitas. Os amigos podem ter acesso a vários livros e documentários. Indico para vocês o vídeo feito pelo amigo Aderbal Nogueira, aqui => (https://youtu.be/3RLjKEDn-nM) e aqui =>(https://youtu.be/CEGA9VsNu78) onde ele entrevista o Senhor João Gomes de Lira, tenente reformado da PM de Pernambuco, que conta como foi o início da intriga entre Lampião e os Nazarenos.