Baladeira, baleadeira, batoque, badogue, estilingue entre outros nomes, era a brincadeira da meninada de meu tempo. Guerreávamos usando como munição a mamona - Ricinus communis L., conhecido popularmente como carrapateira, entre outros nomes. - Nós mesmos fabricávamos nossas "armas de guerra" e de matar passarinhos, para engolir o coração ainda quente das pobres aves. Achávamos que fazer isso nos daria mais pontaria.
Íamos na borracharia próxima e catávamos câmaras de ar rasgadas e tirávamos as tiras para colocarmos nos paus retirados da goiabeira (os melhores) em formato de ípsilon e colocávamos um suporte de couro que servia como contendor para o objeto ou munição que se desejava arremessar. Enfeitávamos e pendurávamos em nossos pescoços e com tórax desnudos e somente usando calções e descalços, corríamos pelas ruas do Seminário da Prainha em Fortaleza, fazendo guerra uns com outros.
Imaginem se tivéssemos essas "armas de guerra" bem estruturadas como as vemos hoje em dia! (vejam que belas são hoje em dia, nas fotos.)
As baladeiras hoje são refinadas e com designers futuristas, onde meus netos vibram em possuir uma. Apenas agora, com uma consciência - imposta é claro! - para não atirarem em passarinhos e lagartixas nas paredes do nosso quintal (ainda tenho quintal viu? Privilégio!) E claro, ia esquecendo de dizer: sem saírem correndo nas ruas. Os tempos mudam. E como mudam!