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domingo, 27 de julho de 2014

Porque tudo que é vivo morre – Tributo a Ariano Suassuna


Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivonum só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre. – Ariano Suassuna
Sabe-se que praticamente ninguém gosta da ideia de envelhecer e morrer. De fato, muitos temem essa perspectiva.
Por que, então, os organismos biológicos estão sujeitos aos mesmos tipos de desgaste que as máquinas? Visto que os tecidos do organismo substituem a si mesmos, não poderiam fazer isso perpetuamente?
O exemplo mais visível de controle de danos aplicado ao nosso corpo é a cura de ferimentos, pelo qual reparamos o dano causado à nossa pele. Muitos animais conseguem resultadosmuito mais espetaculares do que nós: lagartos regeneram caudas decepadas, estrelas-do-mar e caranguejos seus braços ou membros, pepinos-do-mar seus intestinos.
A nível molecular, as nossas moléculas de proteína estão sujeitas a uma renovação contínua num ritmo peculiar a cada proteína específica; desse modo evitamos o acúmulo de moléculas danificadas. Assim, se você comparar a aparência de uma pessoa hoje com a de um mês atrás, talvez pareça o mesmo, mas muitas moléculas individuais que constituem o organismo dele agora são diferentes.
A respeito da substituição dos dentes os humanos desenvolvem duas séries, os elefantes seis e os tubarões um número indefinido durante a sua vida. A substituição regular acontece também a nível microscópico. Nós substituímos as células que forram o nosso intestino a cada poucos dias, as da bexiga a cada dois meses e os glóbulos vermelhos do sangue a cada quatro meses. E segundo os biólogos, temos outro corpo, por assim dizer, a cada ano.
Os neurocientistas dizem que durante a nossa vida atual usamos apenas pequena parte da nossa capacidade cerebral, só cerca de 1/10.000, ou 1/100 de 1%, segundo certa estimativa. Seria razoável sermos dotados de um cérebro com possibilidades tão milagrosas para jamais o usarmos plenamente? Se for assim, por que envelhecemos mesmo que o nosso corpo se renove?
Não temos a resposta ainda e aqueles que querem apegar-se a algo em que acreditem onde está a resposta, devem ler o livro de Gênesis na Bíblia, ou então ler os escritos do arqueólogo Zecharia Sitchin, tradutor e autor de livros defendendo uma versão da teoria dos astronautas antigos para a origem da humanidade ou então com a teoria da evolução.
Alguns preferem ficar com as palavras de Ariano Suassuna que se foi, – “Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra” – a morte!