Artigos Variados

sábado, 1 de agosto de 2015

A Vingança de Corisco no Palco dos Inocentes


A estória nos foi narrada por um dos que viveram à época em que os fatos ainda estavam latentes, o Senhor Celso Rodrigues. Quando menino ouvindo os adultos conversarem no balcão da bodega de seu pai, estabelecida em Piranhas naqueles anos pós morte de Lampião.


Esse garoto, homem idoso hoje, com palavras cadenciadas e veementes, nos fez passar por um portal do tempo, em frente à casa quase destruída pelo abandono dos anos, e passou a contar-nos o triste assassinato de seis membros da família que ali em felicidade viviam.

Essa narrativa do Senhor Celso Rodrigues, foi feita para mais de uma centena de pesquisadores, historiadores e admiradores do tema Cangaço, reunidos no grande encontro CARIRI CANGAÇO 2015 na cidade de Piranhas.

Foi proferida na Fazenda Patos, nesse município do Estado de Alagoas, Brasil, onde foi o palco de uma das maiores atrocidades desse cangaceiro para vingar a morte de Lampião, o Rei dos Cangaceiros.

Corisco matou seis pessoas e degolou suas cabeças e as enviou para o Tenente João Bezerra, comandante das Volantes que trucidaram Lampião, Maria Bonita e alguns cangaceiros. 
Eram as vítimas pessoas inocentes que não tiveram nada com a morte de Virgulino Ferreira, o Lampião. 

Foi o próprio delator quem indicou a Corisco que a traição, tinha vindo da família do vaqueiro, o Senhor Domingos Ventura, inventando uma mentira pois tinha medo de morrer às mão do facínora. 
Foram assassinados além dele, sua esposa e mais quatro membros de sua família.

Choramos juntos, todos nós, naquele terreiro da casa do coiteiro Domingos Ventura, onde sua esposa também fora assassinada por esse terrível cangaceiro e mais quatro membros de sua família que foram covardemente assassinados e decepadas suas cabeças e enviadas para o Tenente João Bezerra que tinha comandado as Volantes que livraram o povo nordestino do famigerado Lampião.

Também tivemos a participação de um dos maiores pesquisadores do cangaço, o historiador e escritor Antonio Amaury, com vários livros lançados sobre o tema. 





Plantamos nessa ocasião pós-palestra, uma centena de árvores no terreiro da fazenda para que lembrem às autoridades que apressem os reparos de recuperação daquela casa, para que se perpetue a saga, a triste sina, os momentos de pavor daquela família inocente da denúncia.

Não por morbidez devemos lembrar esse fatídico dia, para que fique registrada para a história, a violência do banditismo dos cangaceiros e de Corisco, o Diabo Louro e a inocência dessa família.