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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

5 lições do Magazine Luiza, segundo Harvard

Estudo da Harvard Business School mostra por que a empresa se transformou na rede de varejo de eletrodomésticos que mais cresce no Brasil.

Todos os anos, pesquisadores da HARVARD BUSINESS SCHOOL, uma das melhores escolas de negócios do mundo, se dedicam a uma missão extremamente difícil: compreender profundamente por que, afinal, algumas empresas conseguem vencer e outras não. Neste ano, um grupo desses pesquisadores estudou a trajetória de uma das companhias brasileiras que mais tem prosperado ultimamente - o Magazine Luiza, rede de varejo de eletroeletrônicos e moveis de Franca, no interior de São Paulo. O estudo, recem-concluído e obtido com exclusividade por EXAME, e uma radiografia detalhada das razões por trás da ascensão de uma empresa cujo faturamento aumentou 415% em dez anos - num setor que, no período, passou por varias crises e viu desaparecer nomes estabelecidos, como Mappin e Mesbla. "O Magazine Luiza nos chamou a atenção graças a seu crescimento incomum", diz Ricardo Reisen de Pinho, pesquisador da Harvard no Brasil e co-autor do estudo com Frances Frei, professora da instituição. Com faturamento previsto de 2 bilhões de reais neste ano, o Magazine Luiza deve passar a gaúcha Colombo e se estabelecer como a terceira maior rede do setor no pais, atrás apenas da paulista Casas Bahia e da carioca Ponto Frio. "Ha um conjunto de fatores que explica essa expansão", diz Pinho. "Entre eles estão liderança firme e capacidade de implantar medidas inovadoras”. Continuar crescendo, diz o estudo de Harvard, é o principal desafio da empresa daqui para a frente. Do trabalho, ainda é possível extrair preciosas lições que podem ser aproveitadas por empresas de todos os setores. Veja a seguir os cinco principais ensinamentos que a historia recente do Magazine Luiza tem a oferecer ao mundo dos negócios:
1 - AGILIDADE NAS DECISOES
A rede sabe mudar rotas para aproveitar oportunidades
Nos últimos nove anos, a empresa dirigida pela empresária paulista Luiza Helena Trajano adquiriu sete redes. Quatro delas, compradas de um ano e meio para cá, são do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e incorporaram 150 novas lojas à rede - mais do que os 124 pontos abertos pela Casas Bahia no mesmo período. O plano inicial, no entanto, era seguir outra direção e entrar em Belo Horizonte. "Nossa estratégia é primeiro crescer no interior dos estados e só depois migrar para as capitais, e já tínhamos uma posição forte no interior de Minas Gerais", diz Frederico Trajano, filho de Luiza Helena e diretor de vendas da rede. "Mas surgiu a oportunidade de fazer um bom negocio com a gaúcha Arno. Então aproveitamos”. De acordo com os pesquisadores de Harvard, não se ater ferreamente ao que havia sido traçado no papel foi fundamental para a empresa chegar aonde chegou. "O Magazine Luiza não fica paralisado diante de um dilema", diz Pinho. '“‘As decisões são tomadas rapidamente.” Mas esse senso de oportunidade pode não bastar para um passo estratégico no crescimento - entrar na capital paulista, o maior mercado do pais. "Em São Paulo o Luiza deverá enfrentar uma concorrência que nunca enfrentou antes", diz o consultor de varejo Marcos Gouvêa de Souza. "Será preciso uma estratégia bem elaborada e amadurecida."
2 - LlDERANÇA FORTE
Luiza Helena soube se impor como uma administradora carismática.
A capacidade de gestão de Luiza Helena foi forjada atrás de um balcão. Ela começou a trabalhar no Magazine Luiza aos 12 anos, ao lado da tia, Luiza Trajano Donato, fundadora da rede, de quem recebeu lições sobre como cativar os clientes. "Minha tia é uma empreendedora com garra e visão", diz Luiza Helena. "Aprendi com ela que o cliente é uma espécie de patrão." Ao assumir o grupo, em 1991, Luiza Helena estabeleceu um estilo de gestão carismático não apenas para os clientes. mas principalmente para os empregados. Reza de mãos dadas com os funcionários, trabalha com as portas abertas e promove encontros empolgados com as equipes para ouvir sugestões de como aumentar as vendas. Na avaliação da Harvard, não há como dissociar o sucesso da empresa da figura marcante de Luiza Helena. Mas é uma contradição que pode representar um problema no futuro. "Por causa dessa característica, seu grande desafio será como fazer a sucessão", diz o consultor Renato Bernhoeft. especializado em empresas familiares. "Será preciso que o sucessor seja capaz de personificar 0 tipo de líder inspirador que ela simboliza." Para Luiza Helena, a sucessão já esta encaminhada. "Meu filho e meus sobrinhos trabalham na empresa", diz ela. "Temos uma gestão profissional e, em um ou dois anos, vamos abrir o capital."
3 - FUNCIONARIOS FIÉIS
A cultura da empresa estimula os empregados a perseguir resultados.
Num setor em que os executivos dão extrema importância a números como participação de mercado e volume de vendas, chama a atenção que o Magazine Luiza privilegie a qualidade do relacionamento com o cliente. Para encontrar formas de encantar o consumidor, a cultura da empresa está assentada em formulas que estimulam os funcionários a conhecer cada vez melhor a freguesia. Eles têm autonomia para sugerir ofertas, fechar vendas, avaliar credito e cobrar inadimplentes. O sistema de remuneração não está atrelado apenas às vendas individuais, mas aos negócios fechados pelas equipes de cada loja e à pontualidade no pagamento dos clientes. Toda a escala de valores da companhia existe para que as idéias que brotam no dia-a-dia possam fluir, chegar à cúpula da organização e serem colocadas em pratica. Pode-se dizer que o Magazine Luiza trabalha para ser uma usina de idéias. Elas se materializam em eventos como sorteio de casas no Dia das Mães ou encontros da terceira idade regados a descontos. Uma das promoções mais populares da rede é a Liquidação Fantástica, que ocorre em um dia de janeiro, a partir das 5 da manhã. Nessas ocasiões, clientes formam filas nas portas das lojas para aproveitar descontos de ate 70%.
4 - PRESERVAÇÃO DA CULTURA
A empresa consegue manter seus valores, mesmo crescendo rapidamente.
"No Magazine Luiza, todo mundo fala uma mesma língua, da alta diretoria ao office-boy", diz Pinho. Preservar a cultura empresarial e uma tarefa diária de Luiza Helena e de sua equipe. Nesses anos de crescimento acelerado, essa preocupação poderia ter passado para segundo plano. Mas ocorreu o contrario. Nos Últimos 12 meses, a equipe da área de recursos humanos trabalhou ainda mais do que de costume. Com as recentes aquisições na Região Sul, a rede ganhou de uma hora para outra mais de 2000 funcionários, que precisavam ser rapidamente treinados. Novos gerentes foram levados ao quartel-general em Franca para um programa de imersão. Há poucas semanas, Luiza Helena comandou uma grande confraternização em Santa Catarina para reforçar o aprendizado. Em dezembro, quando o Natal esquenta o comercio, 70 novos pontos-de-venda catarinenses serão reinaugurados com o nome do Magazine Luiza, e a equipe precisa estar afinada. Para os especialistas, os valores do Luiza são um de seus maiores patrimônios. "Com sua cultura de trabalho, o Luiza conquistou o prestigio dos fornecedores, o respeito dos empregados e a atenção dos clientes", diz Gouvêa. "Mas quanto mais rápido for seu crescimento, maior será o risco de perder as características culturais."
5 - OUSADIA E PIONEIRISMO
A rede não tem medo de lançar novas praticas de vendas
Parte do frenético avanço do Magazine Luiza ocorreu graças à capacidade de ousar. "Um dos lemas da empresa é antecipar a mudança", diz Pinho. Em 2001, a rede formou com o Unibanco o LuizaCred, a primeira financeira cujos sócios são um banco e uma rede de varejo. A idéia liberou recursos para que a empresa pudesse investir na expansão. Hoje, as parcerias entre redes de varejo e instituições financeiras são pratica corrente no setor. Uma das idéias mais arrojadas ainda esta à prova. Trata-se das lojas virtuais: Uma rede em que os pontos-de-venda não tem um único produto em exposição - todas as compras são feitas por computadores conectados à internet. Com custos entre 15% e 20% mais baixos que numa loja tradicional, as lojas virtuais funcionam como porta de entrada para cidades com menos de 100 000 habitantes e em bairros de grandes capitais. No Japão, esse modelo de negócios responde por 12% das vendas no varejo. Aqui é visto com algum ceticismo. Se a intuição de Luiza Helena estiver mais uma vez certa, as lojas virtuais poderão representar uma boa vantagem. "Elas são uma alternativa barata para conhecer o terreno que se planeja dominar", diz Daniel Domeneghetti, da consultoria em estratégia e tecnologia E-Consulting.

Fonte: Revista EXAME - Alexa Salomãolomão

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

MIURA KENGI YAMAMOTO, O CÃO AMIGO

Ontem, dia 15 de fevereiro de 2017 por volta das 23:30 faleceu como um passarinho, como dizemos quando o falecimento se dar calmamente - se é que podemos dizer que a morte é calma - o nosso amigo MIURA KENGI YAMAMOTO, batizado assim por nós, quando nasceu. Era um ser da raça canina, de uma humildade tamanha, e de uma paciência incrível. Era desses que aguardava os nossos amigos bichanos beberem água no bebedouro para poder matar sua sede.

A Bíblia tem uma frase interessante aplicada aos patriarcas quando se refere à longevidade deles: "Morreu saciado de dias". Embora entendamos a frase como significando que a pessoa faleceu com bastante idade, também significa que viveu todos os dias de sua vida de uma forma bastante prazerosa. 
Acho que a frase se aplica também para os animais domésticos que são tratados por nós como sendo entes de nossa família - e são.

A maioria das pessoas sabe que os cães envelhecem mais rapidamente que os seres humanos. Dizem que 1 "ano canino" equivale a 7 anos em nosso tempo e você provavelmente já ouviu que, por exemplo, é possível multiplicar a idade do seu cão por 7 para descobrir o equivalente em "anos caninos". Pois bem, na idade de homens, MIURA viveu 110 anos, bem vividos e "saciado de dias". Deixará saudades assim como deixou seus pais e irmãos. Foi o último da prole.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Coiteiros de Cangaceiros X Moradores de Favelas

Em seu livro CORISCO, A SOMBRA DE LAMPIÃO, o autor Sérgio Augusto Dantas na página 203 da primeira edição, tece comentários a respeito da simbiose existente entre os cangaceiros e os campesinos, que unidos naquela vida em comum, ligados por algum motivo, tecem uma teia de convivência íntima enfrentando a polícia, cada um a seu modo. Cangaceiros combatendo na bala e os coiteiros com informações de pistas falsas sobre o paradeiro dos bandidos.

Que motivos tinham os sertanejos para auxiliarem aqueles mesmo opressores travestidos de cangaceiros, que infestavam o sertão nordestino e que até então os governos mesmo combatendo-os, não conseguiam vence-los? 

(1) "Em relatório dirigido ao Secretário do Interior de 
Alagoas, O coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão 
- comandante do Segundo Batalhão de Policia do Estado 
não esconde sua revolta com parte da população sertaneja. 
E, ao relacionar esta com os bandoleiros, o oficial aponta: 
"naturalmente eles estão nos coitos, bem acompanhados, 
recebendo o que lhes enviam os nossos sertanejos que, de 
modo algum, prestam auxilio à força". 

E complementa, desapontado: "nossas volantes estão trabalhando com a esperança única das casualidades, 
pois do nosso povo nada espero mais, e me compadeço da  
miséria em que vivem mergulhados." (Diário Oficial de 
Alagoas, agosto de 1937)."

Por que o sertanejo nordestino preferia proteger os cangaceiros? Para encontrar a resposta vamos aos dias atuais.

Vamos ver a ação da polícia nos dias de hoje:

Em seu artigo no UOL, o jornalista Carlos Madeiro diz que a população que vive em favelas no Rio de Janeiro teme mais a presença da polícia que a de traficantes no local onde moram. Essa é uma das conclusões da "Pesquisa Internacional sobre Homens e Equidade de Gênero". 

O medo da polícia nessas comunidades também é superior ao de milícias. Por que?

Tatiana Moura, diretora executiva do Instituto Promundo e coordenadora da pesquisa, acredita que o alto índice de medo da polícia explicitado na pesquisa é "natural" pelo contexto em que vivem essas comunidades.

"Atribuímos isso à presença violenta da polícia ao longo das décadas nas comunidades. A verdade é triste, porque a presença do Estado ao longo da história tem sido mais violenta que pacífica. É uma força da autoridade, que entra muitas vezes para lançar medo, e é responsável por grande parte do homicídios", afirmou. 

Eis aí a resposta!

Vejam esse artigo AQUI e reparem na violência impetrada. 
E vejam também AQUI os efeitos nefastos.

O mesmo se dava com os sertanejos nordestinos onde os cangaceiros atuavam. Eles eram "mais bem" tratados por eles que pela polícia.

No morro nos dias de hoje, a população mesmo sabendo quem são os bandidos, não os denunciam. Preferem viver alheios pois convivem juntos e lógico que emudecem, para não sofrerem violência dos bandidos, assim como os sertanejos do tempo do cangaço. Moram juntos porém em casas separadas.

No passado, os sertanejos viviam o mesmo paradigma e por conta dessa violência, amuavam-se e mesmo temendo os cangaceiros, preferiam conviver em paz com eles, pois com a polícia, a violência vinha dobrada.

Com esse artigo, quero dizer que a população para mudar essa forma de agir, tem que vivenciar uma polícia respeitadora de seus direitos. Por serem pobres, não significa que não são cidadãos, que notando da parte da polícia, um trabalho firme e combativo aos bandidos, feitos conforme a lei e os preceitos legais, ela cooperará.

(1) CORISCO, A SOMBRA DE LAMPIÃO § 4 e 5