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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Humanos ‘modernos’ tiveram filhos com os neandertais há 100.000 anos

DNA analisado sugere relações sexuais durante dezenas de milhares de anos


ALGUNS talvez achem que uma pessoa de mentalidade científica escolheria “evolução” e que uma pessoa religiosa escolheria “criação”.
Mas nem sempre é assim.
O fato é que muitas pessoas instruídas — incluindo muitos cientistas — questionam a teoria da evolução.
Esse artigo ainda não responde a duas perguntas básicas: (1) como a vida se originou? e (2) como os seres vivos se desenvolveram?
Hoje, os cientistas entendem muito melhor a estrutura química e molecular da vida. Mesmo assim, eles não conseguem explicar com certeza o que a vida é. Um enorme abismo separa a matéria sem vida da mais simples célula viva.
Cientistas não têm como afirmar quais eram as condições na Terra bilhões de anos atrás. Eles têm teorias diferentes sobre a origem da vida, por exemplo, que ela começou num vulcão ou no leito oceânico. Outra teoria é que os elementos básicos necessários para originar a vida se formaram em algum lugar do Universo, e então chegaram aqui incrustados em meteoros. Mas isso não responde como a vida começou — só gera mais perguntas.
Cientistas teorizam que certas moléculas deram origem ao material genético que conhecemos hoje. Supostamente essas moléculas surgiram de modo espontâneo de material sem vida e se reproduziram sozinhas. Mas eles não encontraram nenhuma evidência de que essas moléculas tivessem existido nem conseguiram criar nenhuma molécula desse tipo em laboratório.
Os seres vivos são únicos na maneira de armazenar e processar informações. As células transmitem, interpretam e executam instruções contidas em seu código genético. Alguns cientistas comparam o código genético ao software de um computador e a estrutura química da célula ao hardware. Mas a evolução não consegue explicar de onde vêm essas informações.
As moléculas de proteína são necessárias para o funcionamento de uma célula. Uma típica molécula de proteína é formada por centenas de aminoácidos encadeados em uma sequência específica. E, para que possa ser usada, a molécula de proteína precisa se dobrar numa determinada forma tridimensional. Alguns cientistas concluem que a chance de uma única molécula de proteína ser formada de modo espontâneo é muitíssimo improvável. O físico Paul Davies escreveu: “Já que milhares de proteínas diferentes são necessárias para o funcionamento de uma célula, é ilógico supor que elas tenham se formado por acaso.”
CONCLUSÃO. Depois de décadas de pesquisa em praticamente todas as áreas da ciência, a realidade é que uma vida somente surge de outra vida preexistente.
Animais e humanos se desenvolvem a partir de um único óvulo fertilizado. As células do embrião se multiplicam e, com o tempo, assumem diferentes formas e funções para formar as diferentes partes do corpo. A evolução não consegue explicar como cada célula “sabe” em que se transformar e para onde ir dentro do organismo.
Cientistas atualmente entendem que, para uma categoria de animal se desenvolver em outra, seria preciso que ocorressem mudanças dentro da célula, em nível molecular. Visto que os cientistas não conseguem demonstrar como a evolução poderia produzir nem mesmo a “mais simples” célula, será que é razoável pensar que a seleção natural e mutações aleatórias tenham sido responsáveis pelas diferentes categorias de animais do planeta?
Os seres humanos têm autoconsciência, habilidade de pensar e de raciocinar e possuem qualidades morais, como generosidade, abnegação e noção de certo e errado. A seleção natural e as mutações aleatórias não conseguem explicar a existência dessas qualidades ímpares da mente humana.
CONCLUSÃO. Muitos insistem ser um fato indiscutível que a vida começou por meio da evolução. Mas outros não estão satisfeitos com o que essa teoria diz sobre como a vida se originou e sobre como os seres vivos se desenvolveram.
Nessa matéria, que necessariamente não significa "evolução" no sentido de surgimento da vida, poderemos ao lê-la, formatarmos uma linha de raciocínio. 
A minha é que fomos melhorados geneticamente, e para isso passou a humanidade por um processo de mistura dos genes dos neandertais, com seres parecidos conosco, vindos da vastidão celeste. Para alguns, os Eloins comandados por Javé, que do barro fizeram os humanos, para outros, esses mesmos Eloins trabalharam em laboratório, sua genética com a dos neandertais.
Vamos ao artigo: 
Humanos ‘modernos’ tiveram filhos com os neandertais há 100.000 anos
Há um detalhe pornográfico da pré-história que destroça o relato da Criação divina elaborado por qualquer uma das religiões: o sexo com neandertais. Nossa espécie não só fornicou repetidamente com aquela outra extinta há 40.000 anos como ambas tiveram numerosos filhos férteis, deixando um rastro de DNA neandertal que sobrevive hoje em nossas células.

E não foi um arroubo de um dia. Um novo estudo revela que há 100.000 anos os neandertais e os humanos modernos já tinham filhos em comum, uns 45.000 anos antes dos primeiros encontros documentados até agora. Não houve um Deus que criasse uma espécie humana. Quando muito, criou várias diferentes que copulavam entre si. Os autores do trabalho, encabeçados pelo biólogo espanhol Sergi Castellano, traçam um passado intrincado. Os humanos modernos, os Homo sapiens, surgiram na África há uns 200.000 anos e alguns deles saíram do continente há uns 65.000 anos, cruzando pelo caminho com os neandertais europeus e dando origem a bilhões de pessoas que hoje habitam o planeta fora da África. Isso é o que já se sabia. O novo estudo sugere que há mais de 100.000 anos outra população de Homo sapiens saiu da África e manteve relações sexuais, possivelmente no Oriente Médio ou no sul da Arábia, com grupos de neandertais que estavam deslocando-se em direção à Ásia. Aqueles humanos modernos pioneiros se extinguiram, mas seu rastro aparece agora no DNA extraído dos restos de uma mulher neandertal achados em uma caverna da Sibéria, na fronteira entre a Rússia e a Mongólia.
“A mescla com os neandertais ocorreu muito antes do que acreditávamos”, afirma Castellano, pesquisador do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig (Alemanha). “O Homo sapiens abandonou o lar paterno antes do que pensávamos. E, à luz da introgressão [o movimento de genes de uma espécie a outra], vemos que teve uma adolescência bastante animada”, brinca, por sua vez, María Martinón-Torres, paleoantropóloga do University College de Londres, e que não está a par do novo trabalho.
A equipe de pesquisadores anunciou no ano passado o achado de restos de 47 humanos modernos na caverna de Fuyan, no sul da China, datados de mais de 80.000 anos. A descoberta mostrava que os Homo sapiens colonizaram a Ásia antes do que se pensava.
“O DNA ratifica nossa descoberta, pois fala de um cruzamento entre sapiens e neandertais há 100.000 anos, e por isso o Homo sapiens já tinha que estar fora da África antes dos 50.000 anos defendidos pelas teorias clássicas. Estamos assistindo a uma mudança de paradigma. A Ásia deixa de desempenhar um papel secundário e ganha um protagonismo revelador nas etapas cruciais da evolução”, reflete Martinón-Torres, da equipe de pesquisa das jazidas de Atapuerca, em Burgos.
O novo estudo, publicado na revista Nature, analisa também os genomas dos neandertais europeus, achados na caverna de Vindija (Croácia) e na jazida asturiana de El Sidrón. Os cientistas também revolveram o genoma de outro indivíduo encontrado na mesma caverna siberiana onde estava a mulher neandertal, um membro da espécie dos denisovanos, desconhecida até 2010 e separada da linhagem dos neandertais há mais de 400.000 anos. Nenhum dos três, nem os neandertais europeus nem o denisovano, apresentam DNA de humanos modernos em seu genoma, o que não significa que suas espécies jamais se tenham cruzado, segundo ressaltam os autores.
Outra análise genética, realizada em 2013, mostrou DNA denisovano em humanos modernos da Ásia e Oceania, e até 0,2% de genes denisovanos em nativos norte-americanos. O mesmo estudo, elaborado por cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), sugeria cruzamentos entre denisovanos e Homo erectus, outra espécie de hominídeo que tradicionalmente tem servido para classificar restos fósseis díspares achados na Ásia e datados entre 70.000 e 1,9 milhão de anos. “Somos uma mescla de fragmentos de todos os nossos antepassados”, declarou em uma recente entrevista Svante Pääbo, diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e coautor do novo estudo.
“Esses achados confirmam uma mudança de modelo da evolução humana. Vemos uma porção de setas de hibridização [misturas entre espécies] em um momento ou outro, em um sentido ou outro. Deve ter ocorrido centenas de vezes. Temos uma visão extremamente simplista da evolução humana. É preciso imaginá-la como um jorro de interconexões entre espécies, não como uma linha com ramificações”, sentencia outro dos coautores do trabalho, Carles Lalueza-Fox, pesquisador do CSIC no Instituto de Biologia Evolutiva de Barcelona.
 Dados colhidos em El País e Despertai