Saímos de Aracaju um dia antes do inicio desse evento, que de antemão lhes digo, foi maravilhoso! O prazer sorvido e alimentado na ansiedade, sentida a cada quilometro percorrido de nossa viagem, concretizou-se no dia 23 de setembro ao chegar ao hotel escolhido para ser base de Coiteiros, Volantes e Cangaceiros, todos meus amigos. Estava em casa!
Juazeiro é uma cidade, bem comparando, com Jerusalém. Nela encontramos os encantos da religiosidade. Dizem que quem vai a Jerusalém, está arriscando a sentir a “Síndrome de Jerusalém” que é o nome dado a um grupo de fenômenos mentais envolvendo a presença de ideias obsessivas de temática religiosa, delírios ou outras experiências de cunho psicótico que são desencadeadas por alguns que visitam a cidade.
Não cheguei a tanto, mas para essa segunda visita a essa terra abençoada por crendices e milagres, comecei a sentir-me, não um Romeiro Franciscano, mas um participante da confraria CARIRI CANGAÇO, resultado de um sonho de um menino que se encantava com as estórias de cangaceiros e tudo que se relacionava a tais. Alegria pura!
Já no dia primeiro do grandioso encontro, estivemos reunidos na cidade de Crato, no largo da “Refesa” como todo bom cearense chama essa saudosa empresa que foi destruída pelo avanço dos automóveis e caminhões. Ali assistimos o filme “Os Últimos Cangaceiros” do cineasta Wolney Oliveira, que após a apresentação da película, participou de uma “Roda de Conversa” com os participantes. Foi bom demais ouvirmos e aprendermos com ele e mais Manoel Severo, João de Sousa Lima, Neli Conceição e os demais da assistência, ilustres pesquisadores e autores de livros temáticos.
No dia seguinte (24/09/2015) participarmos de uma aula a céu aberto, debaixo de árvores, com o fundo musical de aves canoras do meu Ceará, encarapitadas em seus frondosos galhos, para ouvirmos os professores Heitor Feitosa Macedo e Urbano Silva discorrerem sobre o “Pacto dos Coronéis”.
Em um seminário itinerante, foi animador, pois no itinerário de visitas guiadas, tivemos também o formidável privilégio de ouvirmos o Professor e também confrade, João Tavares Calixto Júnior, nos guiando pelo percurso da invasão feita por Quinco Vasques, a Lavras da Mangabeira no ano de 1910 e juntamente com os participantes desse grandioso evento, efetuarmos uma verdadeira procissão histórica nas ruas dessa bonita e agradável cidade de Lavras da Mangabeira. Não tem preço!
Quero aqui registrar nossos agradecimentos aos organizadores do Seminário Cariri Cangaço 2015, ao Prefeito, Ilmo. Dr. Gustavo Augusto Lima, à Secretária de Cultura Lavrense Sra. Cristina Couto em fazer-nos parte de tão importante movimento de exaltação á nossa cultura e história.
Agradeço também ao confrade Manoel Severo, criança a que me referi no inicio, de nos dar a chance de participarmos em seu grandioso sonho de menino. Aqui concluo, pois se falar das outras ocasiões desse evento, ficaria escrevendo até o fim do ano.
Encerro com as palavras do Ilmo. Prefeito de Lavras da Mangabeira a quem me admirou muito, pela hospitalidade e postura de representar quatro gerações de contribuições públicas a essa belíssima e histórica cidade e a seu povo:
"Não existem fronteiras ou limites para alcançarmos nossos objetivos; o que existem são barreiras e desafios insignificantes quando se quer conquistar um sonho."