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domingo, 25 de outubro de 2015

O choque libidinoso



O choque libidinoso 
Raul Meneleu
Era uma mulher bonita e corpo de curvas exuberantes. Já tinha casado duas vezes e não dera sorte pois os homens que escolhera eram pessoas que não se importavam com a fidelidade. Não tivera filhos e isso convenhamos tinha sido benéfico.
                      
Belo dia, saindo para um passeio à praia com amigas de seu tempo de juventude e que também estavam descasadas, ao chegarem na praia o tempo começara a mudar e um vento frio e forte começara juntamente com uma chuva fina que aos poucos ia engrossando fazendo que os pingos ao bater no chão de areia provocasse uma penetração e na extensão até chegar na água ficasse um tapete de pontinhos de pequenos buracos.

Debaixo do guarda-sol as amigas riam da situação pois agora a proteção servia para guardarem-se da chuva. Começando a relampejar a situação ficou preocupante e resolveram voltar ao carro estacionado próximo. Desmontaram o guarda-sol e pegando suas bolsas de praia correram o pequeno espaço de areia até a calçada do estacionamento.

De repente quando Esperanza, esse era o nome de nossa personagem, percorrendo correndo as areias ouviu apenas um estalo e perdeu a consciência caindo na areia. Fora atingida por uma descarga elétrica de um raio, que a derrubara brutalmente.

A sorte ficara ao lado de Esperanza, pois o raio não a tinha atingido diretamente pois caíra a alguns metros dela. As amigas aflitas a socorreram e de imediato o Salva-Vida do Corpo de Bombeiros viera socorrer também e ela aos poucos foi recuperando-se. Não tinha sido queimada por sorte e graça divina.

Não houve necessidade de leva-la ao hospital e as amigas ficaram aliviadas e voltaram para casa, onde deixaram Esperanza que para recuperar-se tomou um banho morno, fez um lanche leve e foi deitar-se para descansar um pouco pois estava exausta pelo nervosismo que o acontecido a tinha deixando.

Lá para as 18h levantou sentido uma dor de cabeça forte e foi ao banheiro onde abriu o armário e tomou um comprimido para a dor. Não comeu nada e voltou para a cama onde em pouco tempo adormeceu vindo somente acordar no dia seguinte para ir ao trabalho. Os dias transcorreram normais e ela até mesmo já esquecera do acontecido. 
 
Chegando ao fim de semana marcou com as amigas encontrarem-se em um barzinho com mesas na calçada, defronte a praia onde costumavam ir. Foi uma alegria geral. Fizeram seus pedidos de bebidas e guloseimas e ficaram a conversar animadamente.

Foi automático chegarem ao assunto e passaram a rir da situação de perigo que tinham passado naquele dia em que a descarga elétrica tinha caído próximo a elas. Esperanza tinha tido muita sorte de não ter sido ferida e até mesmo morta por aquele raio.

Depois de algum tempo despediram-se e cada uma tomou um rumo para afazeres outros. Esperanza como não tinha nada a fazer resolveu andar um pouco pelo calçadão da praia antes de ir pra casa.
Esperanza era daquele tipo mulherão que os homens tanto gostam. Seios empinados e bem delineados, cintura fina e bunda arrebitadinha, era graciosa.

Logo mais adiante sentiu uma uma pequena fisgada em suas nádegas e como se uma mão acariciasse seus seios. Sentiu um frêmito de prazer como nunca antes tinha sentido. Foi passageiro e ela ficou pensativa pois nunca sentira aquilo. Não percebera que um homem que estava na praia a olhava insistentemente.

Voltou para seu carro pela calçada contrária, entrando nele e dando partida foi para casa. Esquecera aquela sensação que tivera e ao chegar em casa tomou uma chuveirada fria e foi para a cozinha fazer algo para comer.

Lá para perto da noite, o telefone tocou e era uma das amigas convidando-a para um cinema. Marcaram na porta do mesmo que ficava em um shopping Center próximo de onde moravam. Depois de verem o filme saíram do cinema para a praça de alimentação onde fizeram um lanche rápido e foram olhar as vitrines das lojas, entrando nelas vez em quando para alguma pergunta e verificação de produtos.

Entraram em uma loja de sapatos e o vendedor solícito viera atendê-las. Esperanza voltou a ter a sensação de alguém está lhe acariciando os seios e envergonhada mesmo sabendo que ninguém estava prestando atenção entregou-se a aquela carícia e em determinado momento suspirou e dando um oh disfarçado fez que sua amiga olhasse pra ela para saber o que ela estava sentindo.

Com a atenção da amiga e o sorriso do vendedor, ficou rubra e pediu licença saindo abruptamente da loja, o que fez a amiga sair atrás dela e pela maneira que Esperanza saiu tão rápido, a amiga a inquirindo em saber se tinha ocorrido algo ou se estava sentindo algum desconforto físico. Recebendo como resposta uma cara de espanto e um pedido para irem à praça de alimentação, pois lá, iria confidenciar o que estava acontecendo com ela.

Sentaram, e ela começou a contar à amiga que ultimamente sentia esse fenômeno e que naquele momento dera em si saber o porque de tais, com o olhar do vendedor. A amiga ficou admirada e disse que iriam saber se isso era mesmo o que ocorria, fazendo outros testes, pois iria sempre averiguar se algum homem a estava olhando fixamente quando ela começasse a sentir esses frêmitos. Marcaram de imediato uma ida à praia no dia seguinte, onde a amiga a instruindo, pediu-lhe que fosse com aquele biquíni vermelho e curtinho que a amiga tinha usado naquele mesmo dia.

Encontraram-se por volta das dez da manhã no local que costumavam ficar. A amiga deu-lhe instruções para que ao chegarem na praia, fosse tirando vagarosamente a entrada de banho, e que devagar ajeitasse a toalha para deitar-se, e quando estivesse sentindo algo parecido ao que lhe relatara, lhe dissesse de imediato, pois iria verificar se tinha alguém a olhando fixamente.

Esperanza conforme as instruções da amiga, foi tirando a entrada de banho bem devagar e mais que depressa já foi sentindo frêmitos e arrepiando-se toda. À amiga, nem precisou avisar pois esta vendo seus calafrios e sua pele encher-se de bolinhas salientes viu que já começara a ocorrer o fenômeno. Olhando ao redor viu um homem de meia idade, que estava a uns 20 metros de distância, olhar a amiga fixamente. Esperanza, calmamente mas decidida, deitou-se e sobre a toalha entregou-se àquele prazer que sentia e sofregamente arquejava baixinho, chegando a um gozo que nunca tinha sentido em toda sua vida.

O homem que a olhava, chamado por uma mulher, que provavelmente era sua esposa, parou de olha-la e dirigiu-se ao mar, de onde o chamavam. De imediato, as carícias que faziam Esperanza ir às nuvens, cessaram. A amiga ficando pasma, inquiria Esperanza para que essa lhe contasse o que sentia e relatou-lhe a respeito do homem que a olhava insistentemente.

Esperanza ainda sentiu todo esse fenômeno por uns meses à frente e só veio a parar de sentir isso, quando resolveu ir a um psicanalista que escutou toda a estória e a encaminhou para um instituto de psiquiatria onde em diversas formas de tratamento recebido e sem efeito, como último recurso indicado e aceito por ela, veio  a receber uma eletroconvulsoterapia depois de receber anestesia geral. 

O eletrochoque funcionou como um “reset” de todas as funções cerebrais, e depois de restabelecida do tratamento, recebeu alta hospitalar e agora plenamente restabelecida em sua casa, não sente mais o fenômeno  que a deixava exausta de prazer. 

Com o déficit cognitivo temporário, efeito do tratamento, com certa perda de memória, Esperanza não sente por enquanto a falta de prazeres colaterais oriundo da descarga elétrica que recebeu naquele dia na praia. Mas com certeza quando sua memória for restabelecida com o tempo, irá ter lembranças do sucedido. Mas a certeza mesmo, virá quando ela novamente estiver exuberantemente andando pelas ruas da cidade e frequentando novamente sua praia predileta.

Áhhh... quase que esqueço de contar; as amigas agora só querem ir à praia, em dias de chuva e temporal.