Árvores retorcidas, secas e mortas,
na caatiga, alto sertão.
Os galhos do umbuzeiro,
muito triste meu irmão.
O povo da terra rachada do sol,
gente velha e acabada,
pois no sertão meu irmão,
os jovens vão de arribada.
Os bodes berram na caatinga,
pedindo a chuva do umbú,
meu coração ressequido chora,
pensando em quem arribou para o sul.
Tudo seco no sertão,
chuva que é bom, não vem não,
esperando o que Deus quiser,
aguardando uma motivação...
...de esperar os que se foram,
e aguentar mais um pouquinho,
o sol castigar o chão,
que se racha devagarinho.
Já mandei minha mulher,
que se foi com meus filhinhos,
de retirada pr'onde chove,
nem que seja um bocadinho.
O gado berra, o caboclo grita,
que já não aguenta mais,
até o aboio de seu peito,
já não é como o de atrás.
Árvores secas... mortas,
terra rachada; muitos vão de arribada.
Coração seco; caboclo sem aboio.
Tudo isso é o sertão; terra abandonada.
Nota: Fiz essa poesia em 1981
Foi publicada em livro com outros autores em Aracaju