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quarta-feira, 31 de julho de 2019

CARIRI CANGAÇO 10 anos - Juazeiro

Amigos e Confrades, neste evento tivemos muitas surpresas emocionantes. Primeira e mais importante é estarmos comemorando 10 anos de um projeto que está patente para todos nós, que constitui-se de grande importância para um nicho da história, que quase estava esquecida, por grande parte da população do nordeste, que por muito tempo importou de fora, as histórias dos cowboys. Se não fosse a abnegação de alguns cineastas, não teríamos o pouco de películas que temos sobre e se não fosse os pesquisadores e historiadores, não teríamos tantos livros sobre o assunto. Nesses 10 anos, que faço parte, apenas na metade desse tempo, não por desvalorizar nos primeiros cinco anos do Cariri Cangaço tal história e sim por oportunidade dada, pois desde menino ouço, pela boca dos Canuto, dos Mascarenhas, dos Jácome e dos Câmara, ramificações familiares que tenho no meu querido Rio Grande do Norte, na cidade  de Campo Grande,  que em 1903 passou a ser chamada Augusto Severo em homenagem ao inventor do dirigível Pax,  por lei proposta pelo deputado Luís Jácome e que mais recentemente, em 1991 também por lei, voltou a ser chamada  de Campo Grande.

Como poderia eu isolar da memória e da carga emocional, que tais famílias carregaram e carregam na história de terras potiguares, do nordeste e do Brasil?

Nunca!

E nunca faltou interesse, pois bebia desse néctar histórico aos pés de minha querida avó Albertina Jácome Mascarenhas, filha do Coronel Benvenuto Jácome e de Dona Izolina Maria da Câmara Jácome, que, ao mudar-se com o marido e filhos para Mossoró, pensando em melhor educação escolar para a prole, em 1927 teve que fugir de Lampião, como todas famílias fizeram. Seu marido, grande artífice em carpintaria e artista renomado, era conhecido em Mossoró pelo apelido de Chico Santeiro, pois talhava com maestria e perfeição, Santos da igreja Católica dos tempos de Padre Mota e do Bispo Dom Jaime Câmara e que teve de ficar na cidade, protegendo-a junto com os demais, de Lampião e seus cabras.

CARIRI CANGAÇO 10 anos também, em segundo lugar, nos deu mais uma vez a oportunidade de irmanar-nos na alegria dos converscotes ligeiros e nas confabulações mais longas sobre assuntos pertinentes a essa "cachaça" tão saborosa que é o cangaço. 

E em terceiro lugar, lógico que tem os quarto, quinto  "lugares" e por aí vai, foi a fundação nesse evento de brilhos, da nossa Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço, que se tornará uma força para a historia. Grande privilégio desse escriba menor, nesse contingente de intelectuais que fazem parte da divulgação da cultura nordestina e que também são fundadores da ABLAC.

Quero parabenizar a todos que participaram desse grandioso evento CARIRI CANGAÇO 10 ANOS, principalmente ao seu líder maior, Manoel Severo, idealizador e Curador do  Cariri Cangaço. 

AVANTE!