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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Velhos Pescadores

Encontrei-a esquecida. Amiga de quarenta e quatro anos. Há vinte, fez-se a última vez que, juntos, nos divertirmos numa praia. Bateu forte saudade e decidi visitar quem gosta de iguais. Falo da Carretilha Penn Reels Senator 2/0, fabricação norte-americana, perfeita como a adquiri, em 1971, em Manaus. Era companheira inseparável em minhas pescarias. Vivifiquei meu mestre no esporte da pesca, o sogro Francisco Meneleu dos Santos, e amigos pescadores de então, como Ágabo Carvalho, Ismael Silva, Raimundo dos Radiadores, Rui Barbosa, o Rui Relojoeiro, Manuel Augusto Dias Soares, Raul e Francisco Meneleu e outros cujos nomes ficaram naqueles dias de "alimentar peixes". De quando em quando, passo em frente à Loja Peixão, ali na Rua Barão do Rio Branco, especialista em materiais de caça e pesca. Semana passada, decidi entrar e atualizar-me, conhecendo os produtos destes tempos de tecnologia avançada. Ali, conheci o Raimundo Nonato Loureiro de Lima, enciclopédia técnica e contador de histórias dos personagens que fisgam peixes em lagos, lagoas, açudes, rios e mares. Narrou acontecimentos curiosos que guarda dos esportistas Eln Bravo de Moura, Kleber Reyal, Polion Lemos, de meu inesquecível amigo do Colégio Lourenço Filho, Cesar Belmino Evangelista e seu irmão Ponhonhom, e de Samuel Bernarosh Benoliel, o Samuel Bahia ou Samuca, radialista e sindicalista destacado. Curiosos os causos a relatar. Dos caniços de bambu, passando pelos de fiberglass e chegando aos de fibra de carbono. Das iscas naturais e artificiais, inclusive do sabão em barra e, até, a pesca de um macaco. Causos para o futuro. GERALDO DUARTE Advogado e administrador

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

FOME E INJUSTIÇAS, TEMAS PROIBIDOS.


Nas terra pobres e famintas do nordeste brasileiro, tinha-se como hábito servir-se de um pequeno naco de carne seca e farinha com sal como refeição, que eram sorvidos com pequenos goles d'água, tão preciosa na região pois a seca era impiedosa. Era considerado como um banquete por aqueles que não tinham a não ser a farinha e um pedaço de rapadura para comer.

Fico pensando como a vida era ingrata para esses sertanejos que nunca viram fartura em suas vidas e sempre foram comedidos no que concerne a alimentação, pois tinham que ser sovinas para esticar o máximo possível os alimentos que conseguiam.

Seus filhos raquíticos e buchudos de lombrigas, nus corriam pelos terreiros das casas de taipas, onde o cheiro de lenha queimada impregnava o ambiente interno e as redes de tucum que nunca eram desarmadas exalavam um cheiro de suor ardido pois não tinham água para um banho diário.

Olhando-se para as pernas daqueles sertanejos, via-se não protuberâncias de veias, mas garranchos secos que formavam um emaranhado de pequenos galhos entrelaçados e que subiam para suas cabeças com o intuito de sufoca-los. Pobre gente!


Estavam abandonados pelo poder governamental e deixados ali como um estoque de reserva, para as fazendas dos coronéis, onde eram usados vez em quando, como diaristas para épocas especiais onde se colhia algo ou para servirem de bucha de canhão nas refregas dos poderosos.

Foi nesse cenário que nasceram os cangaceiros. Os primeiros, os líderes, por vingança por terem sidos escoriados por uma justiça inexistente onde a força estava ao lado dos ricos coronéis, que tinham em suas mãos o poder de delegados, juízes e escrivães, os demais acompanhavam-nos por diversos motivos, e a fome e a injustiça eram as campeãs das decisões tomadas por esses que se insurgiam com o sistema dominante.

Juntando isso com o caldo religioso dos fanáticos penitentes que perambulavam pelos sertões, temos os ingredientes para o grito dos excluídos serem ouvidos, não por suas vozes gastas e sussurrantes, mas pelo estampido dos bacamartes.

Os governos saídos da monarquia, tentavam combater esses revoltosos mas não tinham incentivos dos coronéis pois essa situação lhes favorecia, pois aliavam-se com cangaceiros e muitos deles tinham em suas fazendas, grande contingentes de jagunços pois para mostrarem sua força, usavam desse expediente.

A presença da fome e da injustiça sempre foram as grandes forças modeladoras do comportamento do sertanejo esfaimado nos sertões nordestinos. Moldavam seu comportamento moral e social. Seus sentimentos, suas lutas, suas ações, modelando-os com suas mãos de ferro esgarçadas e despóticas, fazendo os heróis populares naquele grande drama encenado por criaturas zumbis, amansadas pela fome e pela injustiça.

Os que não concordaram com essa sistemática de dominação tornaram-se cangaceiros. Os cangaceiros eram diferentes dos jagunços, pois não se submetiam aos mandos dos coronéis, embora em algumas ocasiões fossem aliados. Já os jagunços, eram subservientes pois alugavam suas armas a quem pagasse melhor.

Dessa forma, pelas histórias que tenho lido vejo que a fome e as injustiças não eram e não são apenas em determinadas regiões do nordeste, estão em toda a parte, estão em todo o mundo, pois tais incentivam homens a rebelarem-se e pegarem em armas para combate-las. É uma situação que existe até hoje, por culpa de homens poderosos que usam outros métodos de dominação e através da dominação financeira e bélica, provocam a iminente catástrofe que se avizinha no mundo inteiro, com o desrespeito aos seres viventes e à natureza, que cada vez mais clama por socorro.


sábado, 7 de novembro de 2015

ALUÁ - Receitas

Aluá é o nome dado no nordeste, a uma bebida depois de fermentada feita de milho ou casca de abacaxi, ou pão, ou arroz. Geralmente leva ingredientes como rapadura, cravo, gengibre e canela. 


Quando menino, lembro de minha querida mãe fazer essa bebida para todos nós. Era comprado um pote de barro especialmente para o evento comemorativo, que tanto poderia ser as festas de São João, quanto aniversários de qualquer um de nós. Era uma alegria! 

Por conta de minhas lembranças, resolvi dar uma conferida nos livros de receitas da família e deixar registrado aqui no blog para que os amigos se quiserem, fazer essa deliciosa bebida para o deleite de seus pimpolhos.

ALUÁ DE ABACAXI

Ingredientes 

Serve: 8 pessoas

1 abacaxi grande bem maduro
1 1/2 litro de água
1/2 xícara de açúcar mascavo
2 cravos-da-índia sem cabeça
1/2 colher (chá) de gengibre ralado.

Modo de preparo

Descasque o abacaxi, cortando as cascas grossas e reserve a polpa do abacaxi na geladeira porque não vai usá-la.

Corte as cascas do abacaxi em pedaços e coloque junto com os resto dos ingredientes num recipiente com tampa e deixe descansar por 9 dias. Servir gelado ou natural.

ALUÁ DE MILHO


Ingredientes


1 kg de milho vermelho seco;
3 raízes de gengibre;
1 rapadura;
4 litros de água;




Modo de preparar:

Torrar o milho e pisar com o gengibre.
Colocar a mistura no saco e colocar numa vasilha com a água.
Misturar a rapadura ralada na água.
Deixar curtir por duas semanas.
Servir gelado ou natural


ALUÁ DE PÃO


Ingredientes:

1/2 jarra de água
5 pães comuns
5 colheres sopa de cravo-da-índia e erva-doce pilados.
1 pedaço de gengibre.
1/2 kg de arroz torrado e cru.
6 rapaduras grandes.

Modo de Preparar:

Deixe os ingredientes de molho por 3 dias. Filtre o líquido em um coador de tecido e adoce a gosto antes de servir. Pode ser servido gelado ou natural.

LINKs PARA SITES DE LIVROS E SUGESTÕES

Uma pesquisa do Instituto Pró-Livro apontou que há uma resistência do leitor brasileiro em relação ao e-book. Feito em 2011, o estudo indicou que 82% deles nunca haviam lido um livro digital. 



Em uma entrevista com Roger Chartier, o historiador francês que estuda como a revolução tecnológica está interferindo nos livros e em quem os lê. Ele acredita que o livro de papel não está ameaçado pelos digitais, mas sim o status da leitura e do leitor.

Os e-books possibilitam, gratuitamente ou por um preço menor que o do impresso, o acesso a obras raras ou clássicas. Por isso, reunimos abaixo alguns sites que disponibilizam obras para ler em seu computador, tablet ou celular sem pagar nada. Confira também exemplos de livros que cada um tem em seu acervo. 

Textos, sons, imagens e vídeos de obras literárias, artísticas e científicas podem ser acessados no portal criado pelo Ministério da Educação.

Livro do Desassossego - Fernando Pessoa

A Escrava Isaura - Bernardo Guimarães
Broquéis - João da Cruz e Souza
Os Sertões - Euclides da Cunha
Via Láctea - Olavo Bilac

2. Português Free E-books
Dividido em quatro seções (ficção, literatura, não-ficção e acadêmico), o site disponibiliza obras brasileiras e estrangeiras traduzidas para o português. É possível fazer download em PDF, TXT, ePub e Mobipocket.

A Alma Encantadora das Ruas - João do Rio
O Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto
20 Contos de Truman Capote - Truman Capote
A Megera Domada - William Shakespeare
Anna Karenina - Liev Tolstói

5. Biblioteca Digital Camões

O leitor pode explorar os livros clássicos da literatura portuguesa, que estão divididos por temas. Também tem revistas e periódicos científicos

A Queda de um Anjo - Camilo Castelo Branco
As Pupilas do Senhor Reitor - Julio Dinis
Auto da Alma - Gil Vicente
Contos de N'Nori - Carlos-Edmilson M. Vieira

6. Biblioteca Nacional Digital

O site disponibiliza obras do acervo da biblioteca que estão em domínio público e também imagens dos manuscritos originais de seus autores.

Memórias de um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida
4 contos - Machado de Assis
A intrusa - Júlia Lopes de Almeida
A condessa Vésper - Aluísio Azevedo

8. Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin

Órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (USP), a biblioteca disponibiliza para download três mil obras de seu acervo.

A moreninha - Joaquim Manuel de Macedo
Os trabalhadores do mar - Victor Hugo
Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente

9. Coleção Digital Machado de Assis

A obra completa de Machado de Assis pode ser conferida em HTLM e PDF. O portal reúne romances, crônicas, contos, poesias, traduções e demais textos do autor.

Iaiá Garcia - Machado de Assis
Papéis Avulsos - Machado de Assis
Falenas - Machado de Assis

10. Casa de José de Alencar

Algumas obras do autor cearense foram disponibilizadas para consulta online no site da instituição que preserva sua memória.

Til - José de Alencar
O Guarani - José de Alencar
Senhora - José de Alencar

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Aprecie os benefícios de ficar sozinho.


EU não tenho medo de ficar sozinho. Também existe vida na solidão. Na solidão você não tem pressa para agradar ninguém. O amor também é possível ser exercido na distância e através dele, suportarmos a solidão.

Sei que ter a capacidade de amar e de tomar atitudes boas e valorosas é difícil, mas tente consegui seu próprio reconhecimento, de ser alguém especial sem precisar dos outros lhe dizendo que você é isso ou aquilo. Exercer a liberdade solitária é deixar o amor próprio tomar conta. E isso você pode fazer.

Estar só, é ter a chance de conhecer o que você é. Analisar o que quer ser e o que é agora. Por isso quando estiver só, lembre do adágio "quem precisa de você é você mesmo". 
Quando você estiver só, reconheça esse momento, aceite-o, e lembre-se que também há amor na solidão. 

Aprecie os benefícios de ficar sozinho. Algumas pessoas se sentem sozinhas sempre que não há ninguém por perto. Mas você não precisa se sentir sozinho só porque está sozinho. Aprecie os momentos em que fica só.

Em vez de pensar que ficar sozinho é ruim, use momentos tranquilos para apreciar as coisas boas em sua vida. Ter uma atitude positiva pode tornar você alguém ainda mais interessante como amigo.

EVITAR A TAGARELICE - Aprender a ser honesto.


O desafio é aprender a sermos honestos com nós mesmos. É muito fácil nos enganarmos. 
O que pode nos ajudar a evitar essa atitude prejudicial? A honestidade. Essa é uma característica importante nos relacionamentos. 


Mas as pessoas infelizmente estão se tornando corruptas. Como poderão ensinar aos filhos o valor da honestidade? Com isso cria-se uma verdadeira bola de neve, que ao ser rolada aumenta de tamanho, até o ponto que não se tem mais o controle dela quando rola ladeira abaixo. 

Os pais, os professores, as pessoas em geral, devem dar exemplo. Devem evitar se quiserem dar bom exemplo aos filhos na questão da honestidade, ser honesto em tudo que faz, pois a honestidade abrange todos os assuntos e ações.

Com respeito à comunicação franca entre pessoas, em qualquer partes, seja no trabalho, no clube ou na vizinhança, os cuidados que devemos ter em como dizemos as coisas, e falarmos apenas o que temos certeza, em especial com nossos conhecidos. 

Conversas informais podem facilmente virar maledicência e até mesmo calúnia. Se passamos adiante algo do qual não temos certeza, talvez estejamos contribuindo para espalhar uma mentira. Sendo assim, é muito melhor controlar a língua.

Por outro lado, talvez tenhamos certeza de que algo é verdade, mas isso não significa que deva ser passado adiante. Por exemplo, talvez o assunto não nos diga respeito ou pode ser indelicado de nossa parte falar sobre ele. Algumas pessoas falam de modo grosseiro e justificam isso por dizer que estão sendo francas e honestas, mas nós devemos ser sempre gentis e falar de modo bondoso. Infelizmente o ser humano está perdendo a prática da bondade.

Poucas coisas na vida têm maior valor do que a reputação de ser alguém honesto e confiável. E pense nisto: qualquer pessoa pode ter essa reputação. Isso não depende de habilidades, riquezas, aparência, classe social ou qualquer outro fator além do seu controle. Mesmo assim, muitos não têm este tesouro: uma boa reputação — algo muito raro. Leiamos um bom artigo sobre isso, editado pela revista OBVIOUS MAGAZINE:

"Em se tratando de relações entre pessoas, poucos assuntos são tão clichês e pantanosos quanto a maledicência. Eu não arriscaria dizer que o ato de falar mal dos outros faz parte da condição humana, mas é uma prática que seguramente remonta a tempos imemoriais. Um bom indício disso é o fato da maledicência ser o 8º dos dez mandamentos bíblicos (“Não levantar falsos testemunhos”), o que dá boas pistas de que já por volta de 1.500 A.C. (época estimada em que Moisés teria vivido) o ato de difamar já acontecia turbinadamente.
Independente da maledicência derivar do meio cultural ou da educação do indivíduo ou ainda do seu caráter, o fato é que o boato escandaloso é sempre muito atraente. Ele causa um choque por ser uma mistura fervilhante de surpresa com revelação ou suposta descoberta de segredo maquiavelicamente bem guardado até então. E o canto irresistível da sereia da ilha maledicência é de uma receptividade divina, pois ele não rejeita ninguém; aqui não valem distinções por classe social, nível cultural, cor da pele, gênero, nada! Em todos os níveis da vida em sociedade a difamação atrai as pessoas como roupa branca atrai sujeira.
Sempre achei muito curioso na maledicência o fato de as pessoas se disporem mais a dissecar o escândalo, que a procurar a verdade. Revirar a difamação, gastar horas ou dias fazendo mais prejulgamentos, suposições maliciosas e repassando a mentira dão mais prazer que tentar descobrir a verdade, mesmo que essa última esteja a um ou dois e-mails ou telefonemas de distância. Nesse caso, a verdade tem o mesmo efeito da descoberta do segredo do truque do ilusionista: tira a graça do espetáculo e faz com que voltemos à nossa vidinha cotidiana medíocre. Mas ninguém quer isso! Então, por favor: mais lenha na fogueira...
Outra característica singular e perversa das maledicências é que muitas vezes os supostos indícios miseravelmente utilizados como provas irrefutáveis, quando ocorridos em outras circunstâncias ou com outras pessoas, são vistos como atos corriqueiros e insignificantes. Isso evidentemente nos diz que a questão está menos nos atos e mais nos filtros diferentes com que eles são vistos, em que seus donos não reconheceriam noções básicas de escrúpulos, de moderação e de prudência nem se fossem atropelados pelos três. Mas então por que Tício é difamado e Mévio não, se cometeram o mesmo ato? Ou posso ter mais interesse por Mévio e menos simpatia por Tício, ou posso ter mais interesse (ou prazer) em ver Tício sofrer.
Contudo, o primeiro dono daqueles filtros – o Stephen King da difamação - muitas vezes ganha automaticamente mais crédito que o difamado simplesmente por ser o autor da ficção difamatória. É um dos raros casos em que queimar a largada resulta em aplausos efusivos dos juízes. Nesse ponto, muitas vezes a sedução irresistível da maledicência também faz com que o difamador ganhe destaque, ou pior: que desapareça na fumaça resultante da explosão do escândalo. Ninguém sabe, ninguém viu...
Incrível também é como o raio de ação da maledicência cresce exponencialmente e como esse marketing de guerrilha às avessas ganha adeptos proativos e fundamentalistas. Gente que não conhece os envolvidos, que não sabe de nada, que não viu nada, passa a palestrar sobre o escândalo com a segurança de um PhD e com uma convicção religiosa como se fosse o próprio Deus onipresente e onisciente.
Por fim, mesmo que o difamado se defenda ou que alguém o faça em seu lugar, o desejo dos difamadores de manter ativa a latrina da maledicência muitas e muitas vezes os impedirão de acreditar na verdade, e para isso eles deliberadamente lançarão mão da dúvida cretina: “onde há fumaça, há fogo”.
Sob vários aspectos a humanidade notoriamente evoluiu muito, mas nesse da maledicência, especificamente, 3.500 anos depois de Moisés continuamos sendo essa mesma especiezinha mequetrefe e insignificante nessa imensidão de universo."